Garfield, o gato preguiçoso, chega às telas

Com a voz do ator Antonio Calloni nas cópias dubladas, chega ao cinema o primeiro filme do gato que nasceu nos quadrinhos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Há certos filmes cujos trailers parecem ter sido feitos pela concorrência. Você não fica com a menor vontade de vê-los. Garfield é um deles. Se você viu o trailer de Garfield e não gostou, arrisque, mesmo assim, uma olhada no filme de Peter Hewitt, que estréia hoje nos cinemas. Tem algo da mistura de técnicas de Scooby-Doo. O gato é computadorizado, o restante é live action. E é mais um programa de censura livre que chega às telas para aproveitar as férias da garotada. Você provavelmente conhece o personagem das tiras do desenhista Jim Davis. Americano do meio-Oeste, Davis deve sua glória ao gato que atinge 220 milhões de pessoas em todo o mundo. Suas tiras, afinal, são publicadas em 2.550 jornais de 87 países. Garfield é um gato obeso, preguiçoso e ardiloso. É egocêntrico e possui um dono - o desempregado Jon - que adora monopolizar. Jon é apaixonado por uma veterinária, para a qual não ousa se declarar. Logo nas primeiras cenas de Garfield - O Filme, ele cumpre o ritual de visitar o consultório, sob a desculpa de que Garfield precisa de atendimento. A médica diz que quer lhe pedir uma coisa. Jon topa, sem saber o que é - ou na expectativa de que seja um convite para sair. A veterinária quer que ele cuide de seu cãozinho. E a confusão está formada. Pois o dono de Garfield começa a dar atenção excessiva ao totó, o que provoca a ira do bichano. O mundo divide-se entre cinófilos e gatófilos. Há os que adoram cães e os que adoram gatos. A paixão quase sempre é excludente. Cães são adorados porque são fiéis, dependentes - e existe até a expressão ´fidelidade canina´ para referendá-lo. Gatos também são adorados, mas pelo motivo oposto. São independentes, vivem a vida deles e não ficam o tempo todo olhando os donos com aqueles olhos pedintes. O cão de Garfield é tolinho. O gato tira proveito disso. Consegue expulsá-lo de casa mas há um vilão nessa história e não é Garfield. É um apresentador de TV alérgico a gatos - curiosamente, a mulher de Davis também é -, embora seu programa seja sobre eles. Esse cara precisa de um cachorro para iniciar nova carreira em Nova York. Seqüestra o que Garfield expulsou - pois o totó é ótimo dançarino. Garfield fala, no Brasil, com a voz de Antônio Calloni, que realiza, aqui, sua primeira dublagem. Calloni divertiu-se muito com o trabalho. "Embora só fosse utilizar a voz, me preparei para fazer Garfield como para qualquer dos personagens de minha carreira. Estudei o roteiro, procurei achar o tom certo para interpretá-lo." Calloni identifica o que tem em comum com Garfield. "É o senso de humor." Embora não seja tão preguiçoso como o gato, ele também é do tipo que cultiva o ócio. E há, ainda, um elemento de malandragem que o fascina no personagem. Mas ele observa - "Garfield é do bem, mesmo quando parece estar agindo mal." No filme, é o que faz com que o gato preguiçoso saia de casa e enfrente os desafios da cidade grande para tentar salvar o querido inimigo, que sabe que caiu em mãos do apresentador - mas não consegue informar ao dono, por mais que tente. A graça de Garfield é que, no fundo, ele tem um coração mole - ou então é preguiçoso demais. Quando um rato invade a casa e o dono exige que ele o persiga, Garfield vai a contragosto - e finge que come o bichinho, só para decepcionar o dono. Mais tarde, esse rato vai salvá-lo de um ataque de ratazanas enormes. O mundo animal, mesmo com suas antinomias, consegue ser mais solidário do que o dos homens. Ah, sim - Garfield é viciado em café bem forte e em lasanha. Serviço - Garfield - O Filme (99 min.). Livre.

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