Furtado põe na tela a geração dos fragmentos

Estrelado por Lázaro Ramos, Luana Piovani, Pedro Cardoso e Leandra Leal, estréia hoje O Homem que Copiava, com a história de um sujeito "que sabe um pouco de tudo e muito de quase nada"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Conhecido pelo curta sociológico Ilha das Flores (1989) e por especiais de televisão como Caramuru - A Invenção do Brasil (2000), Jorge Furtado teve a idéia de O Homem Que Copiava há cinco anos. A motivação inicial era contar a história de uma pessoa cujo conhecimento era formado por fragmentos. "Uma pessoa típica da minha geração, que sabe um pouco de tudo e muito de quase nada", disse ele em entrevista ao Estado. André, o personagem interpretado por Lázaro Ramos, é um técnico de fotocopiadoras. Ele se apaixona por Sílvia, a atriz Leandra Leal, atendente de uma loja de roupas femininas que mora nas imediações. Luana Piovani e Pedro Cardoso completam o elenco. O filme estréia hoje. Entre as várias referências presentes em "O Homem Que Copiava", a mais evidente é "Janela Indiscreta", do Alfred Hitchcock. Poderia falar um pouco sobre isso? Jorge Furtado - O Janela Indiscreta é uma referência para qualquer um que faz cinema, porque é um filme sobre cinema, um voyeur, um cara que enxerga a vida a distância. Mas no seu filme você vai além. O filme é uma salada de referências e de gêneros. Tem até ópera, que aparece numa cena inspirada na sinfonia Júpiter, do Mozart, porque ela tem mudanças de tom, é maravilhosa. Eu escrevi a cena em cima da sinfonia e filmei com caixas de som no estúdio, para os atores poderem acompanhar todos os movimentos. Quando você pensou no filme, já imaginava essa mistura toda? Eu tinha um personagem, o André. E o assunto era fragmentação. Passei quase um ano escrevendo o fluxo de consciência dele, sem história nenhuma. O que esse garoto pensa, como ele relaciona as coisas dentro da lógica de alguém que sabe um pouquinho sobre muitos assuntos e não sabe muito sobre nada. É um retrato das novas gerações? Ele é um personagem muito emblemático da minha geração. Muito parecido comigo, nesse sentido, porque estudei jornalismo - e jornalistas e cineastas são assim. Você se dedica muito a uma coisa e depois que aquilo passa... E isso é uma coisa que se acentuou com a Internet, com as notas curtas de jornal, com o zapping. Leia mais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.