Francês vence Semana da Critica em Cannes 2009

Cerimônia de premiação comprovou interesse da crítica em apontar novos talentos do cinema

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Por Flávia Guerra - O Estado de S. Paulo
Atualização:

Aberta com a exibição de Espalhadas pelo Ar, curta de  estreia da brasileira Vera Egito, a cerimônia de premiação da 48ª Semana da Crítica Cannes 2009 foi marcada pela valorização dos jovens talentos do cinema mundial.

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Vera Egito, por exemplo, não concorreu, mas abriu e fechou a Semana com O Elo (seu Segundo curta-metragem) e o já citado Espalhadas…  Nada mal para uma estreia na Croisette.

Em seguida, os prêmios foram distribuídos e a crítica de Cannes mostrou porque ainda é considerada uma das mais atentas ao novos movimentos do cinema no mundo.

O prêmio de melhor longa-metragem foi para o jovem diretor Nassim Amaouche, que com seu belo Adieu Gary (Adeus Gary) trouxe um olhar agudo sobre a realidade do sul da França. Em uma cidade quase parada no tempo e abandonada pelo poder público, o tempo passa devagar, mas as mudanças são implacáveis. Com grande concentração de imigrantes marroquinos, a cidade vê seu antigo sindicato se transformar, pouco a pouco, em uma nova mesquita.

 

Já  o premio de melhor curta-metragem ficou com o criativo e surpreendente Slitage (que em português poderia se chamar As Sementes da Queda), do sueco Patrik Eklund. Com uma forma nada convencional de contar uma crônica da vida de um subúrbio da Suécia, Eklund cria uma atmosfera tão surreal quanto engraçada.

 

Destaque também para Sirta La Gal Ba (Whisper with the Wind, ou Sussurrado com o vento) do Iraquiano Shahram Alidi. Apesar de não ter levado o prêmio principal, este sensível filme sobre uma das regiões mais conturbadas do mundo ganhou aplausos efusivos e dois prêmios importantes da noite, o OFAJ/TV5 Monde e o ACID/CCAS, associações e entidades cujo selo de qualidade projetam os filmes vencedores para mercados internacionais.

 

Vera Egito, que passou a semana entre reuniões e sessões especiais, incluindo a première mundial de À Deriva na seção Un Certain Regard, aprovou a Semana. "É um momento muito especial para mim. Ao mesmo tempo, estou estreando como diretora com dois filmes ao mesmo tempo em Cannes. E, por outro lado, faço minha estreia como roteirista. São duas vertentes do mesmo cinema. E duas vertentes do mesmo festival. Aprendi muito e quero voltar", comentou Vera, que é co-escreveu o roteiro de À Deriva com Heitor Dhalia.

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