Filmes em inglês são maioria no 63.º Festival de Veneza

Entre os destaques dos longas norte-americanos está "A Dália Negra", dirigido por Brian de Palma e protagonizado por Scarlett Johansson

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Na 63.ª edição do Festival de Veneza ouve-se muito inglês, bastante italiano, menos francês, um pouco de chinês, pouco castelhano e balbucia o árabe, a julgar pelos países dos filmes apresentados este ano. No total da seleção oficial, composta pela mostra competitiva, pela exibição de filmes fora de competição e por documentários, 62 longas-metragens passarão por Veneza a partir desta quarta-feira, procedentes de 27 países. Mas o predomínio do inglês é esmagador: no total são 15 filmes, 13 deles com sotaque americano e dois com o britânico. Entre os longas norte-americanos um dos destaques é o último filme de Brian de Palma, "A Dália Negra", que abriu o festival e conta com a presença de Scarlett Johansson, Aaron Eckhart e Hilary Swank, e o filme "As Torres Gêmeas", de Oliver Stone. A segunda língua "mais falada" nos filmes do festival é o italiano, idioma do país que revelou figuras como Federico Fellini, Luchino Visconti ou Roberto Rossellini, e que é o anfitrião do festival mais antigo do mundo nesta categoria. O japonês será o terceiro idioma da mostra. Serão seis filmes japoneses, o que mostra que a vocação oriental sempre acompanha o festival. Este ano o festival inclui também dois filmes de Hong Kong, três da China, um da Coréia do Sul, um da Indonésia, um da Malásia, um de Taiwan e um da Tailândia, país estreante em Veneza. Seis filmes serão falados em francês - um belga, um português, "Belle Toujours", de Manoel de Oliveira, e quatro franceses (um deles tem título em inglês, "Private Fears in Public Places", de Alain Resnais). No entanto, o castelhano e o português serão pouco escutados em Veneza, com um filme e meio para cada idioma. O filme inteiro em castelhano é o do espanhol Jaume Balagueró, "Para Entrar a Vivir". O filme do mexicano Paul Leduc "El Cobrador, in God we Trust", tem partes em espanhol mas é falado em inglês e em português. O brasileiro Karim Ainouz concorre, por sua vez, com "Suely in the Sky". No entanto, o castelhano aumentará sua audiência nas seções paralelas ao festival, como a do Cinema de Autor, onde estão os espanhóis Daniel Sánchez Arévalo, com "Azul Oscuro Casi Negro", e Jorge Sánchez-Cabezudo, com "La Noche de los Girasoles"; o argentino Diego Lerman, com "Mientras Tanto", e o suíço-peruano Gianfranco Quattrini, com "Chicha tu Madre". O português aumentará sua presença em Veneza devido à retrospectiva dedicada ao brasileiro Joaquim Pedro de Andrade. O festival também não falará muito árabe este ano, já que tem apenas dois filmes completos nessa língua, embora ambos estejam na seleção oficial: "Roma wa la n´touma", do argelino Tariq Teguia; e "Ana Alati Tahmol Azouhour Ila Qabriha", dos sírios Hala Alabdalla Yakoub e Ammar al-Beik. O árabe completa sua presença em outras seções, embora dividido com o inglês, o francês ou o russo, enquanto as línguas do Leste europeu serão representadas por três filmes russos e um polonês. Apesar da forte presença do inglês, uma das tendências observadas na mostra é a de filmes rodados em mais de um idioma, como o já citado do mexicano Leduc, no qual se escuta espanhol, português e inglês, ou o do francês Christophe de Ponfilly, "L´etoile du Soldat", que é filmado em francês, russo e árabe. Apesar disso, a presença do inglês revela que a mostra recebe, hoje em dia, mais influência da globalização, sobretudo porque o idioma mais usado para os subtítulos é o inglês.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.