Filmes de Suzana Amaral no CCBB

Encontros com o Cinema Brasileiro traz Suzana Amaral para apresentar seus longas, curtas e debater com o público

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Por Agencia Estado
Atualização:

Há tempos que o Centro Cultural Banco do Brasil vinha querendo cooptar Suzana Amaral para o seu horário intitulado Encontros com o Cinema Brasileiro. Será amanhã, em São Paulo. Às 18h30, o CCBB mostra um programa formado pelos curtas Eu Sou Você, Nós Somos Eles e Os Mortos Viram Terra, mais o longa Uma Vida em Segredo. Na seqüência, Suzana conversa com o público. Debate sua obra e responde a questões sobre o cinema brasileiro. Ela admite que adora conversar, mas avisa: Estou cansada de dizer sempre as mesmas coisas; vou improvisar. Suzana gosta de se definir como um processo ambulante. Nunca está parada. Está sempre em ebulição, mesmo quando parece estar quieta em seu canto. Passou-se um longo tempo entre o seu primeiro longa (Nasce uma Estrela, de 1985) e o segundo (Uma Vida em Segredo, produção de 2001) - 16 anos representam muita coisa na vida de uma pessoa. Entre esses dois filmes, Suzana tentou, mas não conseguiu concretizar, sua adaptação do livro de Rubem Fonseca, O Caso Morel. Fez comerciais, escreveu roteiros e até dirigiu uma minissérie em Portugal. De volta ao cinema, adaptou Autran Dourado para fazer de Uma Vida em Segredo um filme rigorosamente intimista e belo, na linha que a consagrou. O filme consagrou também a atriz de teatro Sabrina Greve, que estréia no cinema fazendo a protagonista. Foi a melhor atriz do ano para a Associação Paulista dos Críticos de Arte, a APCA. Dois filmes intimistas e centrados em personagens femininas tão discretas que terminam vivendo suas vidas em segredo, como deixa claro o título do segundo. Mas isso vai mudar, pelo menos em parte, Suzana promete. O próximo filme será sobre homens. Outra adaptação, desta vez do romance Hotel Atlântico, do escritor gaúcho João Gilberto Noll. Suzana está em pleno processo de captação; conseguiu os primeiros R$ 100 mil. E ela tem outro projeto engatilhado. De novo, como em A Hora da Estrela, será uma adaptação de Clarice Lispector e logo de um livro tão intenso e importante quanto Perto do Coração Selvagem. A própria Suzana talvez seja uma personagem de Clarice, daí a sua afinidade com o universo da escritora. Casou-se, teve nove filhos, cuidou deles e do marido, mas isso não a impedir de estudar e trabalhar para realizar seu sonho de ser diretora. Estudou cinema na ECA, a Escola de Comunicação e Artes, da USP, e fez os curtas que integram o programa de hoje. Prosseguiu os estudos em Nova York. De volta ao Brasil, fez, aos 50 anos, A Hora da Estrela e acumulou prêmios. Uma diretora dessas não vive a vida em segredo. Tem muito o que conversar. O encontro promete. Serviço - Encontro com o Cinema Brasileiro - Suzana Amaral. Quinta, às 18h30. Entrada franca. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, em são Paulo, tel. (11) 3113-3651.

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