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Filmes de Natal trazem Nicolas Cage e Ben Afleck

Jogo Duro é estrelado por Ben Affleck. Nele, os papais noéis são assaltantes que se vestem como tal para roubar cassino no policial de John Frankenheimer. Já Um Homem de Família, de Brett Ratner, com sua idéia de um Natal de sonho tem Nicolas Cage como protagonista

Por Agencia Estado
Atualização:

Já não se fazem Papais Noéis como antigamente. Esqueça o bom velhinho que Edmond Gwenn interpretava em De Ilusão também se Vive, o velho hit de George Seaton (nos anos 40) que proporcionou um de seus primeiros sucessos à então garota Natalie Wood. Os Papais Noéis de Jogo Duro, que estréia nessa sexta-feira em São Paulo, são falsos. São assaltantes que se vestem como tal para roubar cassino no policial de John Frankenheimer. Um Natal de sangue, mas isso não quer dizer que o espírito de bondade e confraternização natalício esteja definitivamente enterrado no limiar do milênio. Também estréia nessa sexta Um Homem de Família, de Brett Ratner, com sua idéia de um Natal de sonho - dois enfoques diferentes do tema. Charlize Theron é a nova dreamgirl do cinema americano. Linda e, no filme de Frankenheimer, mortal. Jogo Duro é estrelado por Ben Affleck. Quando o filme começa, ele está deixando a cadeia. Seu companheiro de cela tinha uma namorada, com a qual se relacionava por carta. Affleck morria de desejo por ela. O amigo morre durante uma rebelião no presídio. Solto, Affleck encontra a moça, que só conhecia o namorado por carta. Ele se passa pelo ex-amigo e é cooptado a participar de uma trama de assalto quando entra em cena o irmão de Charlize, interpretado, no seu estilo doidão de carteirinha, por Gary Sinise. Desconfie das aparências. Nada nem ninguém é o que parece ser em Jogo Duro. A trama dá mais reviravoltas que uma montanha russa, com direito a sucessivas revelações - twists, como chamam os americanos - no fim. Para não tirar a graça, digamos apenas que se trata de um filme na vertente noir. Homens enganados por mulheres, homens e mulheres enganados por aparências. Frankenheimer foi um diretor importante nos anos 60, quando fez filmes como Sob o Domínio do Mal, O Segundo Rosto e O Homem de Kiev. Quando ele rodou o último na Hungria, voltou para Hollywood convencido de que o cinema só tinha futuro no estilo europeu, de autores como Ingmar Bergman e Joseph Losey (um americano radicado na Inglaterra). Passaram-se os anos e Frankenheimer teve uma das decadências mais lamentáveis da história do cinema. Chegou ao fundo do poço com A Ilha do Dr. Moreau, a versão com Marlon Brando. Qualquer filme que ele fizesse depois teria de ser menos péssimo. É o caso de Jogo Duro. Nada novo, nada original, mas perto da Ilha, uma obra-prima. E um filme de autor - afinal, lá está o tema da segunda chance caro ao Frankenheimer da grande fase. DivulgaçãoCena de Um Homem de Família Nicolas Cage é o protagonista de Um Homem de Família. Divide a cena com Tea Leroni e o filme é uma fantasia hollywoodiana para celebrar o espírito natalino. Cage faz o executivo que está prestes a concretizar um negócio bilionário. Arrogante, diz a um sujeito, que não sabe ser um anjo ou qualquer coisa assim, que não precisa nada da vida. Vai dormir rico e acorda casado com a namorada que abandonou no passado. Passa a viver outra vida, como em Trocando as Bolas, de John Landis, por exemplo. Pobre, cheio de filhos, descobre o verdadeiro amor, o verdadeiro espírito natalino. Pura baboseira, mas é um mistério como o diretor Ratner consegue injetar um pouco de sinceridade na sua trama. Não é pior filme do mundo, os atores até que estão bem. E, nas pré-estréias, muita gente chorou.

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