Filme palestino causa impacto na Berlinale

Paradise Now, do palestino Hany Abu Assad, conta a história de dois amigos que se preparam para realizar atentados suicidas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor palestino Hany Abu Assad, nascido em Nazaré, em 1961, apresentou hoje na Berlinale seu filme Paradise Now, que descreveu como o primeiro filme sobre os ataques suicidas palestinos, um filme que explora seus motivos, mas não formula juízos. Paradise Now é um dos 21 filmes que competem pelo principal prêmio do festival, o Urso de Oro. O longa foi filmado principalmente no povoado de Naplusa, na Cisjordânia, e tem como astros atores locais. Os produtores esperam que o filme possa ser exibido tanto nos territórios palestinos como em Israel. O filme conta a história de dois amigos, Said e Jaled, enquanto se preparam para realizar atentados em Tel Aviv e passam sua última noite com familiares e amigos. Quando se separam em uma zona fronteiriça com Israel, ambos se perguntam se a missão deles tem algum sentido. "Não tem nada a ver com estar a favor ou contra" da decisão dos protagonistas, disse Bero Beyer, co-produtor do filme. "Tentamos simplesmente fazer um roteiro destinado a diminuir o mito de ambos extremos e mostrar o fator humano". Jaled, interpretado por Ali Suliman, é convencido de que sua missão é inútil depois de conversar com uma mulher Shua (Lubna Azabal), uma palestina que viveu no exterior e cujo pai foi morto por forças israelenses. Said, interpretado por Kais Nashef, tem como motivo vingar a morte de seu pai, assassinado pelos israelenses. Abu-Assad disse que tentará projetar o filme em zonas palestinas. El co-produtor israelense do filme, Amir Harel, manifestou a esperança de que seja distribuído em Israel, com a ajuda do Fundo Cinematográfico do país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.