PUBLICIDADE

Filme ‘O Céu Está em Todo Lugar’ traz lições de vida em um ambiente surreal, de luto e sexo

Dirigido por Josephine Decker, longa expõe os desafios de jovens sob tensão, com tudo vivido à flor da pele; veja o trailer

Por Mariane Morisawa
Atualização:

Não é fácil ser adolescente. As emoções à flor da pele, os hormônios à toda, as dúvidas sobre quem você é, o descolamento dos pais, os primeiros amores, beijos, a descoberta do sexo, decisões sobre o futuro. Some-se a isso o luto pela perda de sua única irmã. Boas-vindas à vida de Lennie (Grace Kaufman), a protagonista de O Céu Está em Todo Lugar, uma produção da A24 dirigida por Josephine Decker (de Shirley e A Madeline de Madeline) e no ar no Apple TV+

Cena do filme 'O Céu Está em Todo Lugar' Foto: Apple TV+

PUBLICIDADE

“Eu amo filmes para jovens”, disse Decker em entrevista ao Estadão por videoconferência. “E o roteiro era tão vívido, explodia da página, tinha graça, mesmo falando de uma perda tão intensa e profunda. Ele continha uma multidão de emoções, e eu amo filmes assim.” O longa é baseado em um romance publicado em 2010 por Jandy Nelson, também autora do roteiro. A cineasta estava à procura de um projeto mais leve. “Eu costumo escrever coisas bem sombrias, tristes, violentas. Aqui, era uma história sobre luto, mas que celebrava a vida também.”

Lennie vive em uma casa no meio da floresta, no norte da Califórnia, com a avó, Fiona (Cherry Jones), e o tio, Big (Jason Segel), que assumiram a criação dela e de sua irmã mais velha, Bailey (Havana Rose Liu), quando a mãe das duas morreu. Lennie, que toca clarineta no colégio, preparava-se para tentar uma vaga na prestigiosa Juilliard School. Mas a morte repentina de Bailey deixa sua vida em convulsão. A confusão aumenta ainda mais quando ela se aproxima de Toby (Pico Alexander), o namorado de Bailey, que entende exatamente o que ela está passando, e conhece o descolado Joe (Jacques Colimon), com quem se conecta pela música. 

Compaixão

O Céu Está em Todo Lugar trata os personagens com compaixão. “O filme faz com que você olhe para dentro, veja esses personagens vulneráveis tomando decisões difíceis”, disse Kaufman, que atua desde a infância e fez participações em séries como The Last Ship e O Homem da Casa. “Mas mostra por que eles estão agindo assim, então espero que possam ser compreendidos.” Pico Alexander sabe que Toby pode ser visto como inapropriado. “Mas é bom ter compaixão, porque nós, humanos, fazemos coisas estranhas quando estamos com os sentimentos à flor da pele.”

Josephine Decker apostou em um visual cheio de texturas para expressar essas emoções. Por vezes, lembra um conto de fadas, com seu lado fantástico e sombrio. As cenas de Lennie com Toby são mais de câmera na mão, representando como é estar dentro do luto. Para alcançar o visual que queria, Decker cercou-se de mulheres, da diretora de fotografia Ava Berkofsky à montadora Laura Zempel. “E é uma história sobre uma jovem mulher, com uma atriz adolescente no centro. Um filme sensível que tem grandes momentos de surrealismo, mas que fala de luto, tensão, sexualidade, amor.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.