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Filme é só uma paródia da paródia

2000.1 Um Maluco Perdido no Espaço, com Leslie Nielsen, é ruim aqui ou nos anéis de Saturno. Pobre, sem graça e imaginação, nele nada se salva

Por Agencia Estado
Atualização:

Nem você que gostou de Apertem os Cintos que o Piloto Sumiu ou de Corra que a Polícia Vem Aíou ainda dos vários outros que nossa memória seletiva obriga a esquecer, vai tolerar 2000.1 Um Maluco Perdido no Espaço. Uma produção canadense-americana-americana, tem como um dos roteiristas o próprio astro e o título nacional seria a melhor síntese para descrevê-lo (o original, diga-se, é 2001: a Space Travesty, mas não se espere uma drag queen em órbita). Leslie Nielsen interpreta o mesmo personagem de sempre, que varia circunstancialmente, ora um vampiro, ora um Mr. Magoo, aqui um agente, Dick Dix, que as legendas transformam em Dick "Pintux". Isso dá uma medida da sutileza reinante. O agente é encarregado de descobrir onde está o presidente dos EUA, que teria sido seqüestrado por uma quadrilha interessada em cloná-lo numa base lunar, para vantagem de alienígenas vários. Como é de esperar em qualquer filme de Leslie Nielsen, ele tropeça em tudo, joga coisas involuntariamente em outras pessoas, faz seu número habitual do trapalhão circense que nunca perde seu ar sério-aparvalhado. Como sempre, também, ele resolve as coisas por vias transversas, enredando-se com garotas boas ou más (uma delas é a srta. Menage, em mais uma demonstração de bom-gosto e delicadeza do roteiro). Uma das constantes dos filmes desse subgênero pobre de paródias é o uso de sósias de figuras conhecidas. Aqui o recurso é usado à exaustão. E, com a pobreza atingindo também a produção, os sósias são ruins. O que tem maior participação é um sósia do ex-presidente Clinton, que aparece até mesmo em dose dupla, como se um já não bastasse. Quando um filme desse tipo parece a paródia da paródia, a conclusão é que seria melhor não ser feito. Mas, certamente, as bilheterias darão o melhor veredito.

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