Filme destrincha batalha sobre grande coleção de arte dos EUA

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Por Mike Collett-White

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LONDRES (Reuters Life!) - O fato de uma batalha acirrada ter sido travada em torno do acervo Barnes, repleto de telas de Renoir, Picasso e Van Gogh, não chega a surpreender. O que estava em jogo eram até 25 bilhões de dólares em obras de arte raras.

Um novo documentário conta a história da disputa legal pelo controle da grande coleção, que terminou em um embate frontal entre os que queriam que ela permanecesse em sua sede original, em Merion, um pequeno subúrbio da Pensilvânia, e os que fizeram lobby para que fosse transferida para o centro de Filadélfia.

O segundo grupo ganhou a batalha, e uma das maiores coleções de arte impressionista e pós-impressionista do mundo, que inclui 181 telas de Renoir, 69 de Cézanne, 59 de Matisse e 46 de Picasso, entre outras, deve ser transferida em 2012 do espólio de seu fundador, Albert Barnes, para um imóvel construído para esse fim.

Mas os criadores do filme "The Art of the Steal" tomaram o partido dos vencidos, tecendo uma crítica apaixonada, mas enviesada, do que descrevem como "vandalismo cultural", "um circo" e "um escândalo de grandes proporções".

"Eles só falam de cifrões - não falam de Renoir ou Picasso", disse o diretor do filme, Dan Argott, repetindo um tema que percorre o filme inteiro.

Seu argumento principal é que os curadores da Fundação Barnes desprezaram o desejo do fundador da coleção, Albert Barnes, que a formou no início do século 20 e a visualizou principalmente como instituição educacional.

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Após sua morte, em 1951, o controle da coleção passou para a Universidade Lincoln, e "The Art of the Steal" procura mostrar como esse controle foi pouco a pouco sendo tirado da universidade por interesses financeiros.

O acesso de um público maior à coleção, além de grandes exposições de algumas obras, podem gerar valores consideráveis, e Argott teme que a transferência dela do imóvel onde se encontra, em Merion, pode levar a medidas mais radicais para levantar fundos no futuro.

Uma declaração divulgada pela Fundação Barnes, contudo, criticou o filme, dizendo que foi "baseado em uma série de representações factuais equivocadas".

Os curadores da fundação disseram que as finanças da fundação estavam em situação caótica em 1998 e que a oposição feita por moradores de Merion a que as galerias fossem abertas a mais visitantes estava colocando em risco sua continuidade.

Os visitantes às galerias em Merion precisam reservar ingressos com antecedência, e as galerias só abrem quatro dias por semana entre setembro e maio e cinco dias por semana de junho a setembro.

"The Art of the Steal" recebeu críticas positivas quando foi lançado nos EUA este ano, e Argott disse que o filme deve ser exibido em breve em cinemas da Europa.

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