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Filme de Stone sobre 11 de Setembro agrada nova-iorquinos

A crítica, geralmente muito dura com as intrigas políticas de Oliver Stone, elogiou o diretor por seu "patriotismo" em "World Trade Center"

Por Agencia Estado
Atualização:

Os nova-iorquinos avaliaram de forma positiva o filme "World Trade Center", do diretor Oliver Stone, que trata dos atentados terroristas de 11 de Setembro 2001. "Acho que é excelente. É muito emocionante ver como as pessoas se ajudam em tempos de crise. É um filme que não deve deixar de ser visto", disse à Efe Martin Wise, um vendedor de 45 anos que assistiu à estréia em um cinema de Manhattan. Assim como Wise, milhares de habitantes da Big Apple interromperam o trabalho para comparecerem a salas de cinema da cidade com o intuito de assistirem uma das estréias mais esperadas de 2006. Aquela quente terça-feira de setembro de 2001 não apenas mudou a fisionomia da cidade considerada por muitos a "capital do mundo", mas também criou uma ferida que após quase cinco anos continua produzindo dor e raiva. Durante a projeção, o vendedor nova-iorquino admitiu sentir-se "afligido" pelo espírito de sacrifício dos que "entregaram suas vidas para salvar as de outros". Segundo Wise, "há muito sofrimento" nas duas horas e cinco minutos de projeção. Antes de sua estréia, o filme já tinha causado polêmica entre os que diziam que era muito cedo para um longa-metragem tão duro, e que acreditam que poderia servir de catarse. "Não penso que seja muito cedo, acho que é bom vê-lo para saber o que as pessoas enfrentaram naqueles momentos", declarou Wilma, mulher de origem hispânica de 32 anos que afirmou que trabalhava perto das Torres Gêmeas quando aconteceu o ataque. "Sou uma nova-iorquina e gostaria de ver o filme novamente. Além disso, falarei para meus familiares e amigos vê-lo", declarou. No entanto, serão os próprios espectadores norte-americanos que responderão à pergunta mais feita nos meios de comunicação nos últimos dias: Os americanos estão preparados para ver um filme sobre um ferimento que ainda não cicatrizou? Segundo Wilma, a ferida permanece aberta e o drama contido no filme faz com que os sentimentos do público sejam colocados para fora. "Todos estavam chorando e oferecendo lenços de papel para os que estavam do lado. Choramos muito", afirmou. O próprio diretor Oliver Stone disse em várias entrevistas que este é um filme sobre "emoções", no qual tentou fugir da polêmica que marcou toda a sua carreira para mostrar de forma simples o drama do 11 de Setembro. "É genial a opção de mostrar os sentimentos das famílias ao invés de se perder em complôs políticos. Não teria pago para ver isto", declarou Wilma. Até mesmo os críticos, geralmente muito duros com as intrigas políticas propostas por Stone, elogiaram o diretor por seu "patriotismo". Entre eles está o crítico Roger Friedman, que em seu fórum cinematográfico na internet elogia muito o filme e o diretor. "Uma obra elegante, poderosa, comovente, genuína e pessoal dos horrores que aconteceram dentro e fora do World Trade Center", diz o analista.

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