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Filme de Meirelles disputa 62.º Festival de Veneza

Entre os 54 filmes de 20 países O Jardineiro Fiel está na disputa pelo Leão de Ouro; Fernando Meirelles comenta Veja lista de filmes na disputa Assista ao trailer de "O Jardineiro Fiel Fernando Meirelles fala a Alessandro Giannini sobre a indicação de O Jardineiro Fiel para disputar o Festival de Veneza. Ele viajou há uma semana para os EUA, para acompanhar o lançamento do filme, que estréia no país em 26 de agosto. Segundo fontes da O2 Filmes, produtora de Meirelles, ainda não há previsão de estréia no Brasil. "O Jardineiro Fiel" é uma co-produção internacional em que você é um dos poucos brasileiros. Considera o filme brasileiro ou acha que a sua participação é apenas parte de uma engrenagem internacional maior? É um filme inglês mas havia pessoas de vários países envolvidas. Do Brasil, éramos eu, o fotógrafo Cesar Charlone e os roteiristas Braulio Mantovani e Cris Riera, que me ajudaram a reescrever a história. Eles têm crédito. O mercado de cinema virou uma coisa muito internacional. É pena que o Brasil ainda esteja um pouco por fora deste circuito. O filme passou por um longo processo de pós-produção. Foi longo por quê? Foi a dificuldade de chegar a um denominador comum com os produtores ou era o tempo necessário? Na verdade, foi um tempo normal. Terminamos a montagem - aqui no Brasil, aliás - três meses depois da filmagem. Não foi uma correria, mas não se arrastou, não. Antes de eu começar a filmar, o Walter Salles já estava montando Dark Water e nós ainda acabamos antes. Cada projeto pede um tempo mesmo. Qual a sensação de estar em uma competição cinematográfica de alto nível - a segunda de sua carreira, depois de Cannes, onde esteve com "Cidade de Deus" - concorrendo com cineastas como Manoel de Oliveira, Abel Ferrara, Pupi Avati e Patrice Chéreau? Acho sempre meio estranho ver meu nome no meio desta turma. Mas vamos lá. Pelo trailer, o visual parece ser meio sujo. Isso foi consciente da sua parte, para escapar das acusações de fazer "cosmética da fome"? Ou o filme, de alguma maneira, pedia isso? Na verdade o trailer é muito rápido, diferente do filme. Acho que a fotografia e a maneira de filmar se parecem um pouco com a de Cidade de Deus. É a maneira como eu e o Cesar (Charlone) fazemos. Sai assim. Quanto à "cosmética da fome", é uma idéia que nunca colou. Nem a própria autora defende mais esta tese.

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Festival de Cinema de Veneza, Marco Müller, apresentou hoje em Roma o programa da próxima edição do evento. A seleção de 54 filmes de 20 países consolida os grandes nomes do cinema e também abre espaço para os novos talentos. A 62.ª edição da mostra acontecerá de 31 de agosto a 10 de setembro e oferecerá um amplo panorama do cinema europeu atual, com filmes da França, Portugal, Itália, Alemanha e Reino Unido, com uma forte presença norte-americana, o que explica a diminuição da mostra de 71 para 54 filmes do ano passado para cá. Segundo Müller, por razões de segurança, o festival será menor este ano. O diretor brasileiro Fernando Meirelles é um dos raros nomes latinos a participar da mostra competitiva que terá 19 títulos. Meirelles concorre com seu segundo longa-metragem, The Constant Gardener (O Jardineiro Fiel) uma co-produção falada em inglês entre Grã-Bretanha, Alemanha e Quênia, rodada na África, estrelado por Ralph Fiennes (Justin Quayle) e Rachel Weisz, entre outros atores. Na competição estão ainda Brokeback Mountain, de Ang Lee; Espelho Mágico, do português Manoel de Oliveira, e Mary, de Abel Ferrara, com Juliette Binoche como protagonista. Além de dois filmes de atores renomados estreando na direção: Goodnight and Good Luck, de George Clooney e Romance and Cigarettes, de John Turturro. O festival o ano passado que consagrou Mar Adentro, do diretor espanhol de origem chilena Alejandro Amenábar, com o prêmio de melhor ator para Javier Bardem e o prêmio especial do júri, não terá representantes da Espanha. Dois filmes espanhóis serão exibidos fora da competição oficial: Fragile, do diretor Jaume Balagueró e o último trabalho de Isabel Coixet, La Vida Secreta de las Palabras, que abrirá a sessão alternativa Horizonte. Neste mesmo segmento será exibido o documentário do cineasta argentino Fernando E. Solanas, La Dignidad de los Nadies Armados e o brasileiro Árido Movie, de Lírio Ferreira, com Guilherme Weber, Renata Sorrah, Paulo César Pereio, Selton Mello, José Dumont, Giulia Gam e José Celso Martinez Corrêa. O cinema italiano será representado por des filmes de alguns dos diretores mais prestigiados do país, como Pupi Avati e Cristina Comencini, que disputarão o Leão de Ouro com La Seconda Notte di Nozze e La Bestia nel Cuore, respectivamente. Entre os representantes italianos estará também o cantor Franco Battiato com seu filme Musikanten, sua segunda incursão cinematográfica depois de Perduto Amor (2003), que será exibido na sessão Horizonte. Um dos destaques entre os filmes fora de concurso é All the Invisible Children, longa-metragem realizado por sete dos grandes diretores, como Spike Lee, Ridley Scott e John Woo. A próxima edição do Festival de Veneza terá ainda uma importante representação do cinema asiático, que inclusive foram escolhidos para abrir e fechar o evento: Seven Swords, do chinês Tsui Hark, inaugura a mostra, enquanto Perhaps Love, do cineasta de Hong Kong Peter Ho-sun Chan, fechará o festival que terá ainda filmes do Japão e da Coréia. Müller destacou o aspecto plural da edição, para a qual os filmes selecionados buscam transmitir "a liberdade narrativa e o esplendor da forma, o prazer da tela grande e a contínua aposta na discussão da idéia de ficção". Este festival exibirá cópias restauradas de filmes míticos como Casanova, de Federico Fellini, que vem sendo recuperado há mais de dois anos. O clássico de 1976 será exibido após a projeção de uma nova versão realizada por Lasse Hallstrom, que faz uma recompilação dos Casanovas da história cinematográfica. Os organizadores do evento selecionaram 54 filmes de 20 países, após assistirem mais de 1,9 mil filmes, dos quais 800 eram curtas-metragens.

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