PUBLICIDADE

Filme de Hector Babenco será relançado nos EUA

Quase 16 anos depois de seu lançamento, o polêmico O Beijo da Mulher Aranha terá nova première, no dia 13, em Nova York

Por Agencia Estado
Atualização:

Muito antes de sexo, mentiras e videotape, da ascensão de Spike Lee e dos irmãos Coen; da era Harvey Weinstein e da enorme capacidade de sua empresa, a Miramax, em transformar títulos como Traídos pelo Desejo e Pulp Fiction - Tempo de Violência em sucessos de bilheteria; do Festival de Sundance; de 1996, quando os independentes tomaram de assalto a festa do Oscar; e 15 anos antes de Traffic, um pequeno filme provocava uma revolução no circuito americano destinado às produções de arte. A trajetória de O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, porém, nunca foi devidamente assimilada (e debatida) por especialistas e historiadores do mercado indie americano, até porque, naquela época, esse termo nem existia. Agora, quase 16 anos depois, chegou a vez desse filme que encantou a grande crítica e provocou mal-estar nos residentes da Casa Branca na época (Ronald e Nancy Reagan ao verem o filme ficaram indignados com algumas cenas e interromperam a projeção no meio) reclamar seu lugar de honra. No dia 29, O Beijo da Mulher Aranha será relançado em dois cinemas de Nova York, um na Filadélfia e três na Flórida. Até setembro, quando alcançar Washington D.C., o filme terá passado por pelo menos 14 cidades americanas. A iniciativa do relançamento é do produtor do filme, o americano David Weisman. "Meu sonho é que uma nova geração descubra a importância de O Beijo e que ele não fique para sempre num arquivo da MGM", disse Weisman, em entrevista ao Estado, por telefone, de Los Angeles. Para comemorar a volta de O Beijo, o Human Rights Watch inaugura seu festival internacional com exibição de gala do filme de Babenco no dia 13. O local é a sala Alice Tully Hall, no Lincoln Center, em Nova York. Uma semana depois, Sônia Braga receberá homenagem em São Francisco, no 25.º Festival Internacional do Filme Gay. O Beijo conta a história de dois prisioneiros - um ativista político e outro homossexual obcecado por filmes de Hollywood da década de 40 - numa cela de prisão de um país não identificado da América do Sul. Adaptado da obra do escritor argentino Manuel Puig pelo roteirista Leonard Schrader; estrelado por William Hurt, Raul Julia, Sônia e vários atores brasileiros; e rodado inteiramente em São Paulo, com fotografia de Rodolfo Sanchez, direção de arte de Clóvis Bueno, figurinos de Patrício Bisso, música de John Neschling e produção executiva de Francisco Ramalho Jr., a produção foi a primeira independente a receber indicações para o Oscar de melhor filme, diretor, ator e roteirista. Além de vencer o prêmio da Academia de melhor ator, o primeiro Oscar dado a um personagem gay, Hurt foi consagrado em Cannes e também recebeu os prêmios Bafta e David di Donatello, equivalentes ao Oscar na Inglaterra e Itália, respectivamente. Leia mais

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.