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Filme de Fatih Akin vence grande prêmio do cinema alemão

Por ERIK KIRSCHBAUM
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Um filme do diretor turco-alemão Fatih Akin recebeu o prêmio máximo do cinema alemão, no valor de 5 milhões de dólares, na sexta-feira, conquistando os troféus de melhor filme e em três outras categorias. A premiação é a que tem o maior valor monetário no mundo. O drama "Do Outro Lado", de Akin -- uma história de perda, luto e perdão ambientada na Alemanha e na Turquia -- recebeu três prêmios "Lola" adicionais de melhor diretor, melhor roteiro original e melhor edição. "Obrigado, obrigado, obrigado", disse Akin, diretor residente em Hamburgo, de ascendência turca, cujos filmes sobre as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes turcos na Alemanha também já lhe valeram reconhecimento nos festivais de cinema de Berlim e Cannes. "É muito difícil mensurar a arte de qualquer maneira", disse Akin, 34 anos, cujo filme "Contra a Parede", de 2003, também teve reconhecimento internacional. "Por isso, estou felicíssimo. Não fazemos filmes pelos prêmios que podem ganhar, mas para a vida", disse ele na cerimônia de gala que teve a presença de 1.500 espectadores e foi transmitida na televisão nacional. O trabalho mais recente do diretor acompanha as vidas frágeis de quatro turcos e dois alemães que se conectam em jornadas emotivas rumo à reconciliação, na Alemanha e na Turquia. Suas vidas se entremeiam pelo amor e a tragédia nos dois países. "Kirschblueten" (Flores de Cerejeira), de Doris Doerrie, uma história de amor comovente sobre um funcionário público bávaro ranzinza, recebeu seis indicações ao Lola, mas ganhou apenas dois prêmios: de melhor ator (Elmar Wepper) e figurino. Além disso, recebeu o Lola de prata de melhor filme. O inesperado sucesso de bilheteria "Die Welle" (A Onda), de Dennis Gansel, drama ambientado na Alemanha moderna sobre um colégio no qual um professor carismático impõe um regime autoritário, levou o Lola de bronze na categoria melhor filme. Mais de mil profissionais de cinema que compõem a Academia Alemã de Cinema escolheram os premiados. O objetivo dos Lola não é premiar o sucesso nas bilheterias, mas o valor cultural. O governo subvenciona os 3 milhões de euros em prêmios, que são distribuídos entre as dezenas de filmes indicados, como subsídio indireto para projetos futuros. Entregues anualmente desde 1951, os Lolas são o equivalente alemão aos Oscars de Hollywood ou os prêmios Bafta britânicos. Em 2006, "A Vida dos Outros" recebeu sete Lolas e, mais tarde, o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. O filme mais comentado este ano não fez parte da competição. "Keinohrhasen" (Coelho Sem Orelhas), de Til Schweiger, ganhou mais de 60 milhões de dólares nas bilheterias. Mas a Academia disse que o diretor não inscreveu o filme a tempo de ele ser incluído na competição.

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