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Filme conta história de escritora de Diamantina

A escritora Dayrell, cujo diário Minha Vida de Menina foi publicado sob o pseudônimo de Helena Morley, está virando um longa-metragem, com direção de Helena Solberg

Por Agencia Estado
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A cidade de Diamantina, terra de Chica da Silva e Juscelino Kubistchek, em Minas Gerais, passou os últimos dois meses revivendo a história de outra cidadã ilustre: a escritora Alice Dayrell, cujo diário intitulado Minha Vida de Menina e publicado sob o pseudônimo de Helena Morley, está virando um longa-metragem, com direção de Helena Solberg (Banana Is My Business e alguns curtas). O livro é um clássico brasileiro, tem descrições detalhadas do cotidiano do fim do século 19, mas filmá-lo não deixa de ser uma aventura, já que conta a vida de uma adolescente, sem muitas peripécias hoje tão exploradas na telona, só com os fatos simples de uma vida normal. Alice (vivida por Ludmila Dayer, que foi Carlota Joaquina menina, no filme de Carla Camurati) é uma adolescente pobre, filha de um inglês que chega a Diamantina para enriquecer no comércio da pedra preciosa que dá nome à cidade e casa-se com uma nativa, Carolina (personagem de Daniela Escobar, em mais uma produção de época). Os diamantes não aparecem e a pobreza da família é compensada de formas diferentes por cada um de seus membros. Alice se refugia no diário, onde mistura inocência e perversidade no comentário da vida da cidade. O livro foi lançado nos anos 40, fez sucesso no País e escândalo em Diamantina, mas foi traduzido pela poeta Elizabeth Bishop e ganhou mundo. Mas Minha Vida de Menina tem produção requintada. Dois meses antes das filmagens, que tomaram os meses de junho e julho, a equipe de produção de arte foi para Diamantina, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, por isso, guarda muito da aparência de cem anos atrás. Algumas passagens tiveram até 300 figurantes e, numa opção estética, não houve cenas de estúdio, só nas nas locações onde as histórias aconteceram. O filme está orçado em R$ 3,4 milhões e já captou dois terços disso entre patrocinadores nacionais (através da Lei do Audiovisual) e internacionais. Agora, ela está em fase de edição e finalização e espera lançar o filme em março.

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