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Festival Mix Brasil inicia com Linn da Quebrada e os novos corpos

Além de ‘Bixa Travesty’, o 26.º Mix Brasial traz o outro vencedor brasileiro do Teddy Award de Berlim neste ano, ‘Tinta Bruta’; no total, 110 filmes serão exibidos até o dia 25

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Com pompa e circunstância, abre-se nesta quinta, 15, o Mix Brasil – Festival de Diversidades. O longa de abertura não poderia ser mais provocativo. Mas é também necessário, oportuno – e muito importante. Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, venceu o Teddy Award na Berlinale, em fevereiro. “É um filme com Linn da Quebrada, não sobre ela”, disse, na ocasião, o diretor. E sua parceira – “É um filme sobre os novos corpos, sobre novas possibilidades de identidades de gêneros, e que vem para sacudir nossos conceitos estabelecidos sobre o que é ser homem e ser mulher”.

O 26.º Mix Brasil exibe, até o dia 25, 110 filmes, entre os quais 'A Pé Ele Não Vai Longe' Foto: Scott Patrick Green/Amazon Studios/Divulgação

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Em sua 26.ª edição, o Mix Brasil deve apresentar, até dia 25, 110 filmes nacionais e estrangeiros, dos quais 44% são dirigidos por mulheres, além de atrações que envolvem teatro, música, literatura, laboratório audiovisual, conferência e o BIG MIX Jam 4Diversity – 1.º Game Jam da Diversidade, com direito a show – hoje – do cantor Johnny Hooker no Ibirapuera. Com tantas atrações, o Mix Brasil deste ano segue o que foi a tendência do Festival do Rio, encerrado no fim de semana. Os júris, no plural, do festival carioca marcaram posição em defesa da diversidade e premiaram, em todas as categorias (competição principal, Novos Rumos, etc), filmes de temática LGBT.

O vencedor do Redentor de melhor filme – Tinta Bruta, dos realizadores gaúchos Márcio Reolon e Filipe Matzembacher – foi o outro vencedor do Urso gay de Berlim em 2018. Ganhou na categoria ficção, enquanto Bixa Travesty ficou com o Teddy de melhor documentário. Tinta Bruta será outra atração brasileira do Mix, que também promete uma retrospectiva sobre o pioneirismo lésbico na direção, com filmes assinados por Monika Treut, Barbara Hammer, Pratibha Parmar e Adélia Sampaio.

Atrações estrangeiras? Serão muitas, valendo destacar o novo Gus Van Sant, A Pé Ele não Vai Longe, que reúne de novo a dupla de Maria Madalena, Joaquin Phoenix e Roony Mara; Colette, de Wash Westmoreland, com Keira Knightley, que surpreende a escritora num momento decisivo, quando precisa se libertar do marido abusivo para se transformar na autora consagrada; Conquistar, Amar e Viver Intensamente, de Christophe Honoré, que bem pode ser a versão ‘homo’ de Um Só Pecado, de François Truffaut, sobre escritor gay que vai dar uma aula magna no interior da França e se envolve com garoto local; e o impactante Skate Kitchen, de Crystal Moselle, produzido por Rodrigo Teixeira, sobre a presença feminina no universo predominantemente masculino do skatismo.

Mais (e mais) atrações – Rupert Everett, ator que se especializou em roubar a cena de astros e estrelas (como Julia Roberts e Cameron Diaz em O Casamento do Meu Melhor Amigo, de J.P. Hogan) dirige Colin Firth e Emily Watson em O Príncipe Feliz. Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes, marcou presença (e foi multipremiado) no recente Festival do Rio. E Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre, é imantado pela presença da trans Julia Katharine, que venceu o Prêmio Helena Ignez na Mostra de Tiradentes, em janeiro. São atrações que se podem contar nos dedos. O Mix Brasil tem muitas mais. Face ao momento atual, está mais forte que nunca.

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