Festival do Rio premia filme brasileiro

O Festival do Rio BR transformou a mostra Première Brasil em competição e dá R$ 200 mil para o melhor longa de ficção, R$ 100 mil para o melhor documentário e R$ 10 mil para o melhor curta

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Por Agencia Estado
Atualização:

Patrocinado pela BR Distribuidora - e, por isso mesmo, o evento incorporou a sigla da empresa ao nome -, o Festival do Rio BR 2002 não é, especificamente, um evento voltado para a produção nacional. Mas termina sendo mais atraente para produtores e diretores do que os numerosos festivais de cinema brasileiros que pipocam pelo País. O motivo é simples: o Festival do Rio BR transformou a mostra Première Brasil em competição e, a título de incentivo à comercialização, a BR dá R$ 200 mil para o melhor longa de ficção, R$ 100 mil para o melhor documentário e R$ 10 mil para o melhor curta. Em todos esses casos, o voto - soberano - é do júri popular. O público vota após as sessões de filmes nacionais. Pode não ser o melhor critério de avaliação: vence quem tem a maior torcida ou consegue arregimentar mais gente. Mas quem disse que o voto dos críticos ou de um júri de especialistas garantiria a qualidade das premiações? A história dos festivais, em todo o mundo, é permeada por escolhas discutidas e que, às vezes, com o tempo, revelam-se totalmente equivocadas. Seja como for, as Premières Brasil e América Latina vão atualizar o público com as novas tendências do cinema no País e no continente. Adriana Rattes faz a seleção dos programas da Première Brasil, mas os filmes passam pelo crivo de aprovação de toda a equipe dirigente do Festival do Rio BR. A presença brasileira no Festival do Rio BR 2002 não termina aí, com essa mostra competitiva. Um tributo a Hélio Silva, o grande diretor de fotografia que, enfermo, enfrenta hoje dificuldades de sobrevivência vai mostrar as deslumbrantes imagens que ele criou para A Hora e a Vez de Augusto Matraga de Roberto Santos. Outro tributo, a Paulo Emílio Salles Gomes, vai exibir o filme que o mais famoso crítico de cinema do Brasil escreveu com David Neves e esse último realizou, Memória de Helena, com Rosa Maria Penna e Adriana Prieto. Na quarta, dia 9, às 20 horas, será a vez de Carlos Adriano e o mais experimental dos diretores paulistas (o maior do País) ser homenageado com um programa formado pelos curtas A Voz e o Vazio, Militância, O Papa do Pulp - R.F. Lucchetti: Faces e Disfarces e Remanescências´. Haverá ainda Uma Noite Italiana em homenagem a um ator e diretor (de teatro e cinema) que se destacou na época da Vera Cruz, Adolfo Celi. Na mostra Première América Latina, formada por 24 títulos, os destaques vão para A Virgem da Luxúria, de Arturo Ripstein, Bonaerense, de Pablo Trapero, Conto para Ninar Crocodilos, de Ignazio Ortiz Cruz, O Filho da Noiva, de Juan José Campanella - supervalorizado com a premiação no recente Festival de Gramado -, o fortíssimo Japão, de Carlos Reygadas, O Lado Escuro do Coração 2, no qual o diretor Eliseo Subiela dá seqüência ao seu sucesso de 1992, e o documentário 100 Years of the Latino Image in American Cinema, de Susan Racho, Nancy De Los Santos e Alberto Dominguez. Finalmente, a Première Brasil. A seleção de longas de ficção é formada por sete títulos: Amarelo Manga, de Cláudio Assis, Desmundo, de Alain Fresnot, Dois Perdidos numa Noite Suja, de José Joffily, Madame Satã, de Karim Ainouz, Querido Estranho, de Ricardo Pinto Silva, Seja o Que Deus Quiser, de Murilo Salles, e Separações, de Domingo Oliveira. Os documentários são cinco: Banda de Ipanema - Folia de Albino, de Paulo César Saraceni, A Cobra Fumou, de Vinicius Reis, Edifício Master, de Eduardo Coutinho, Ônibus 174, de José Padilha, e Poeta de Sete Faces, de Paulo Thiago. Mais três filmes brasileiros de ficção serão exibidos fora de concurso: Durval Discos, de Anna Muylaert, que venceu o Festival de Gramado, em agosto; Houve Uma Vez Dois Verões, de Jorge Furtado; e A Festa de Margarete, de Renato Falcão. E os curtas são: Afinação da Interioridade, de Roberto Berliner, Alumbramentos, de Laine Milan, Como Se Morre no Cinema, de Luelane Loiola Corrêa, Dadá, de Eduardo Vaisman, Dona Cristina Perdeu a Memória, de Ana Luiza Azevedo, Esse Deserto, de Anna Flávia Dias Salles, Morte, de José Roberto Torero, O Bloqueio, de Cláudio de Oliveira, O Céu de Iracema, de Iziane Figueiras Mascarenhas, O Lobisomem e o Coronel, de Elvis Kleber e Ítalo Cajueiro, Patuá, de Snir Wine, Plano-Seqüência, de Patrícia Moran, À Margem da Imagem, de Evaldo Mocarzel, Um Trailer Americano, de José Eduardo Belmonte, e Vaga-Lume, de Gilson Vargas.

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