Festival do Cinema Judaico, em SP

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Por Agencia Estado
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Havia concorrentes como O Homem sem Passado, do finlandês Aki Kaurismaki, e Hero, do chinês Zhang Yimou, mas a Academia de Hollywood preferiu dar o Oscar de melhor filme estrangeiro, em março, para Nowhere in Africa. Com o título de Lugar Nenhum na África, o belo filme da alemã Caroline Link é uma das grandes atrações do Festival do Cinema Judaico de São Paulo. É a sétima edição do evento que é promovido, como sempre, pela Hebraica, agora com o reforço do Centro da Cultura Judaica de São Paulo, inaugurado em abril deste ano. "Muitos diretores e roteiristas superaram sua criatividade ao retratar o rico universo judaico, que influenciou as sociedades em geral e a própria história mundial. Foi principalmente através do cinema que pudemos entrar em contato mais íntimo com essa cultura tão complexa", diz o presidente da Hebraica, Arthur Rotenberg. Raul Meyer, vice-presidente do Centro da Cultura Judaica comemora a parceria e promete trazer, periodicamente, novos filmes a São Paulo. "Serão de grande interesse para os que quiserem conhecer mais a fundo o amplo espectro judaico." Até a segunda-feira, dia 24, o público poderá ver nesses dois espaços e no MIS, o Museu da Imagem e do Som, o melhor da temática judaica no cinema, por meio de uma seleção de documentários e ficções premiados em todo o mundo. O filme de abertura é exemplar pela maneira como renova um tema já tradicional no cinema de inspiração judaica, o Holocausto. Na história de Lugar Nenhum na África, família de judeus alemães foge para o Quênia, às vésperas da 2.ª Guerra Mundial. O marido vai trabalhar como administrador de uma pequena fazenda, sua mulher odeia o lugar e só quem se diverte é a filha, de 5 anos, cujo olhar conduz a narrativa. Ela fica amiga do cozinheiro. Por meio dele, descobre a África. Quando a guerra acaba e a família pode deixar o país, a menina sofre. Além de Lugar Nenhum na África, o festival vai exibir outras obras importantes e polêmicas. A Última Carta, primeira ficção do consagrado documentarista Frederick Wiseman, é centrado na figura dessa velha judia que, numa cidade russa sitiada pelos nazistas, escreve para o filho que está no front. Yossi & Jagger, de Eytan Fox, poderia estar no Mix Brasil - narra um caso de atração homossexual no Exército israelense. Entre os documentários, Biblioteca Mindlin - Mundo em Páginas, de Cristina Fonseca, do Brasil, usa a vida de José Mindlin e sua extraordinária biblioteca para debater a literatura brasileira e o papel dos livros (e dos escritores) na formação do País. E há o homenageado deste ano. Nascido no Rio e criado em Belo Horizonte e São Paulo, o professor de Cinema da Universidade de Tel-Aviv, David Perlov, recebeu o Prêmio Israel para o Cinema, em 1999. Autor do documentário autobiográfico Diário, ele costuma ser citado pela "visão única e capacidade de observar a experiência israelense de dentro para fora". Perlov fez sua formação intelectual no pós-guerra, no mundo que descobria o horror do Holocausto. Diz que é um tema forte, mas só o tema não define se o filme será grande. "Cinema é estética, é vida, é experiência humana e social." Tudo o que o Festival do Cinema Judaico quer mostrar. Serviço - 7.º Festival de Cinema Judaico. Informações: www.fcjsp.com.br. R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia) para filmes e grátis para os vídeos - exceção do Centro de Cultura Judaica, em que todas as exibições serão cobradas (R$ 4,00 e R$ 2,00). Centro de Cultura Judaica (Rua Oscar Freire, 2.500, Metrô Sumaré, tel. 3065-4333); CineSesc (Rua Augusta, 2.075, tel. 3064-1668); MIS (Avenida Europa, 158, tel. 3062-9197); Teatro Arthur Rubinstein - A Hebraica (Rua Hungria, 1.000, tel. 3818-8800). Até 24/11

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