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Festival do Cinema Judaico começa amanhã em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O 5.º Festival do Cinema Judaico reúne raridades que não chegam às salas comerciais de exibição e por isso, trata-se de uma festa para cinéfilos. Promovido pela Associação A Hebraica e patrocinado pelo Bradesco, o festival exibirá, de amanhã até o dia 6 de Agosto, 32 filmes de várias nacionalidades, que abordam a cultura e história judaicas. As exibições serão divididas entre as salas da Hebraica, o Museu da Imagem e do Som (MIS) e o Cinesesc. A grande atração é One Day in September, de Kevin McDonald, produzido por Arthur Cohn, premiado com o Oscar de melhor documentário deste ano. A maioria dos filmes terá som original e legendas eletrônicas em português. O maior problema é que há uma enorme quantidade de bons filmes, mas que serão exibidos num espaço de tempo muito curto, tornando praticamente impossível ao público assistir a parcela significativa deles. Segundo a coordenadora do projeto, Glória Manzon, a idéia é mostrar ao público questões ligadas ao judaísmo. "Queremos que as pessoas conheçam a origem das tradições e as questões antigas e atuais, tanto políticas quanto religiosas", explica. O festival divide os filmes em cinco temas. Os dois principais são Amor e Intolerância, único competitivo, reúne os filmes que tratam de amores proibidos, envolvendo questões de religião e política, e Intolerância Sem Fronteiras, que reúne documentários de inegável importância histórica. Neste tema, o destaque é Um País Neutro, produção franco-alemã que desbanca a neutralidade suíça durante a 2ª Guerra Mundial ao narrar a deportação de 50 mil judeus suíços para campos de concentração nazista. O festival inclui uma retrospectiva com seis filmes do importante videomaker e documentarista húngaro Peter Forgács, conhecido no Brasil por sua participação como artista plástico na Bienal de Artes de São Paulo de 1996, na qual participou com uma videoinstalação. Um de seus filmes no festival é Queda Livre, premiado em diversos festivais de documentários, que reúne cenas de filmes amadores feitas na Hungria antes e durante a 2ª Guerra Mundial. Igualmente premiado, Descendo o Danúbio mostra a viagem de navio feita por 900 judeus que tentaram chegar à durante a 2ª. Guerra. Dentre os destaques, One Day in September, com narração de Michael Douglas, mostra o dramático ataque aos atletas israelenses ocorrido durante a Olimpíada de Munique em 1972. O fato resultou na morte de 11 atletas e cinco terroristas. Posteriormente, três terroristas foram libertados pela polícia alemã, encontrados e, mais tarde, dois foram executados pelo serviço secreto israelense, o Mossad. O diretor intercalou cenas de arquivo e entrevistas com envolvidos no incidente, incluindo o único terrorista que sobreviveu e que, hoje, vive escondido. Depois do Fim do Mundo participou dos Festivais de Cannes e Berlim e é uma rara oportunidade de conhecer o cinema da Bulgária. Narra a história de um professor que com o fim do socialismo retorna à cidade natal e encontra tudo modificado. Lá, revê a antiga namorada e tenta reaver a casa onde nasceu. Glamour é outra raridade. Trata-se de um filme húngaro, integrante da seleção oficial do Festival de Berlim e vencedor da Semana do Filme Húngaro, ambos realizados este ano. Ele conta a saga de uma família judia na Hungria e a luta para defender sua loja, que sofria ataques devido ao preconceito. O júri do festival será presidido por Luiz Carlos Merten crítico de O Estado de S. Paulo, e terá como membros, Rubens Ewald Filho, Roberto Gerwitz, Alain Fresnot e Marcos Petrucelli. 5.º Festival de Cinema Judaico de São Paulo: Locais: Cinesesc (Rua Augusta, 2.075, tel. 282-0213); Hebraica (Rua Hungria, 1.000, tel. 3818-8888); MIS - Museu da Imagem e do Som (Avenida Europa, 158, tel. 282-0213)

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