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Festival de Veneza restaura versão do clássico 'Amarcord'

Obra de Fellini recebeu material inédito por Giuseppe Tornatore

Por AE
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No começo de sua carreira, Federico Fellini ganhou o Leão de Prata do Festival de Veneza por seu segundo longa solo, La Strada/A Estrada da Vida. Foi em 1954. Para este sábado, 5, à noite, e quase 22 anos após sua morte – em outubro de 1993, aos 73 anos –, Veneza, que abriga atualmente o mais antigo festival do mundo, esteve preparando o tapete vermelho para honrar o grande diretor. 

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O destaque na mostra do Lido seria a exibição da versão restaurada de Amarcord, que recebeu o Oscar de filme em língua estrangeira de 1975 e, um ano depois, foi indicado para o prêmio da Academia de Hollywood nas categorias melhor diretor e roteiro original. A sessão solene, em presença dos atores e técnicos que sobreviveram, teria a apresentação de material inédito, que também foi recuperado.

Participaram do projeto de restauração da obra-prima – que devolveu a beleza dos figurinos e cenários elaborados por Danilo Donati e revitalizou a trilha do genial Nino Rota, parceiro de Fellini em vários longas –, a Cinemateca de Bolonha e o site de venda online Yoox.

A empresa emitiu um comunicado em que diz que o restauro vai permitir que os fãs de Fellini redescubram uma de suas joias cinematográficas mais conhecidas e ainda desfrutem dela com melhor qualidade de imagem e som. O comunicado acrescenta que o material inédito foi editado por outro conceituado diretor, Giuseppe Tornatore, a quem se deve o cultuado Cinema Paradiso. São dez minutos de imagens sem áudio e conteúdos coletados das mais de 30 horas de negativos que permaneciam depositados em Cinecittà. São as sobras da montagem de Fellini.

Cena do filme 'Amarcord' de Federico Fellini. ARQUIVO: 17/06/2012. FOTO: Janus Films/The New York Times Foto: DIVULGAÇÃO

Amarcord, dialeto que designa ‘amare ricordare’, ou ‘amo lembrar’, reconstitui ficcionalmente a infância do grande diretor em Rimini, sob o fascismo. Traz figuras inesquecíveis – Gradisca, a freira anã, o tio louco. O projeto de recuperação foi realizado no Laboratório L’Immagine Ritrovata, que tem sido parceiro da ONG de Martin Scorsese na recuperação de grandes clássicos do cinema. O negativo foi escaneado em resolução 4K sob a orientação do diretor de fotografia Giuseppe Rotunno, que acompanhou o processo e certificou a fidelidade em relação à obra original. Também colaboraram a prefeitura de Rimini, a empresa produtora Cristaldo Film e a distribuidora norte-americana Warner Bros. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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