Festival de Toronto termina com elogios a "Volver" e "Babel"

"The Wind that Shakes the Barley", vencedor da Palma de Ouro, e o documentário "Death of a President" não se destacaram no evento

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Por Agencia Estado
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A 31.ª edição do Festival de Cinema de Toronto terminou neste sábado consagrando os filmes "Volver", do espanhol Pedro Almodóvar e "Babel", do mexicano Alejandro González Iñarritu. A decepção das superproduções foi "A Grande Ilusão". O filme "Amazing Grace", de Michael Apted, drama histórico sobre a luta para abolir a escravidão no Reino Unido, fechou o festival, que exibiu um total de 352 filmes de 61 países em dez dias. O Festival de Toronto é considerado pelos críticos uma oportunidade para conhecer antecipadamente os filmes que poderão entrar na disputa pelo Oscar. Tanto o público como os críticos elogiaram "Volver" e "Babel", além de "O Labirinto do Fauno", do mexicano Guillermo del Toro. Os críticos reunidos em Toronto são unânimes em apostar que "Volver" terá três indicações ao Oscar: melhor filme estrangeiro, melhor diretor e melhor atriz (Penélope Cruz). Para o crítico Clint O´Connor, do jornal "The Plain Dealer", de Cleveland, "Babel" é outra grande vencedora do festival e "uma experiência bela, comovente, artística" que, filmada em japonês, árabe, espanhol e inglês, conta com atores do porte de Brad Pitt e Gael García Bernal. A revista "Hollywood Reporter" se desfaz em elogios para o conto de fantasia e horror "O Labirinto do Fauno". Outros filmes que atraíram elogios neste festival foram "Little Children", de Todd Field, e "Stranger than Fiction", de Marc Foster, na qual o inspetor interpretado por Will Ferrell descobre que é apenas o personagem de um romance e que sua autora - que tem a voz de Emma Thompson - planeja eliminá-lo. O elemento surpresa foi "Borat", cômicas aventuras do jornalista cazaque, anti-semita e desbocado, criado pelo britânico Sacha Baron Cohen. Por outro lado, alguns dos filmes que geraram expectativas no final decepcionaram, como o esperado "A Grande Ilusão", de Steven Zaillian, um "remake" do vencedor do Oscar de melhor filme em 1949 e protagonizado por Sean Penn, Jude Law e Kate Winslet. O vencedor da Palma de Ouro de Cannes, "The Wind that Shakes the Barley", de Ken Loach, teve uma recepção bem diferente neste festival, onde alguns críticos se retiraram durante a projeção. Um dos filmes mais falados a princípio, o falso documentário britânico "Death of a President", que parte da premissa do assassinato do presidente George W. Bush em 2007, não fez muito sucesso. "´Death of a President´ não tem a inteligência necessária para zombar de seus alvos conservadores, muito menos para explorar o potencial ou as implicações de sua própria premissa", segundo Manohla Dargis, crítica do jornal "The New York Times". O favorito do público foi a comédia romântica mexicana "Bella", de Alejandro Gómez Monteverde.

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