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Festival de Quito consagra <i>Qué Tan Lejos</i>

Diretora do longa, a equatoriana Tânia Hermida, está em SP participando da Mostra de Cinema; Proibido Proibir, do brasileiro Jorge Durán, também foi premiado

Por Agencia Estado
Atualização:

O filme Qué Tan Lejos, de Tania Hermida, um dos 14 títulos selecionados pelo público da 30.ª Mostra de Cinema de São Paulo para disputar o Troféu Bandeira Paulista, foi o grande vencedor do 4.º Festival Cero Latitud (Latitude Zero), encerrado neste final de semana, em Quito, capital do Equador. Como a diretora do filme, a equatoriana Tânia Hermida, está em São Paulo, participando da Mostra, ela se fez representar pela equipe do filme, liderada pela jovem atriz quitenha, Cecília Vallejo. Cecília protagoniza este road movie de alma feminina, junto com a atriz espanhola Tânia Martinez. O prêmio principal do festival equatoriano foi entregue pela atriz cubana, Daisy Granados (Memórias do Subdesenvolvimento) sob aplausos intensos. A platéia sentiu-se orgulhosa por ver o primeiro longa de uma jovem diretora equatoriana, com história e personagens equatorianos, vencer, pela primeira vez, o festival quitenho. A equipe de Qué Tan Lejos subiu ao palco para receber mais dois dos seis prêmios entregues pelos júris oficiais: o do Público e o Troféu Mirada de Mulher, atribuído por colegiado feminino a produções dirigidas por mulheres. O júri oficial, que consagrou Qué Tan Lejos, distribuiu dois prêmios especiais: um para o brasileiro Proibido Proibir, de Jorge Durán, e outro para O Violino, do mexicano Francisco Vargas. Este filme, ganhou, ainda, o Prêmio da Crítica e é, também, um dos 14 selecionados pelo público da mostra paulistana. Em sua justificativa, os críticos, que foram unânimes ao escolher O Violino, argumentaram: "O filme de Vargas destaca-se por sua sensibilidade e magistral uso do preto-e-branco, imprimindo atmosfera poética em sua original abordagem de camponeses oprimidos". Vale destacar, "também, a minuciosa recriação de cenários fantasmagóricos, que nos fazem recordar o universo de Juan Rulfo e o ritmo marcado pelo violino do protagonista". Bilheteria Que Tán Lejos o filme vencedor, é um delicado road movie, que leva suas duas protagonistas a percorrer, de carona, já que uma greve de ônibus paralisa o país, as estradas que vão de Quito a Cuenca. Em cartaz há oito semanas, nas principais cidades equatorianas, Qué Tan Lejos já foi visto por 130 mil espectadores. Um fenômeno num país de 13 milhões de habitantes, que produz um ou dois longas/ano. Tânia Hermida, que estudou cinema na Escola Internacional de Cinema de San Antonio de los Baños, em Cuba, deixou o público que lotou o grande auditório da Cinemateca do Equador, na noite de entrega dos prêmios, em estado de graça. Afinal, Qué Tan Lejos vem circulando bem fora das fronteiras do país andino e é um dos cinco candidatos ao Goya de melhor filme latino-americano. Os outros concorrentes são o argentino Las Manos (Alejandro Doria), o colombiano Sonhar Não Custa Nada, de Rodrigo Triana, o chileno Na Cama, de Matías Bizé, e o boliviano American Visa, de Juan Carlos Valdívia.

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