Festival de Cinema de Arquivo anuncia vencedores

Arne Sucksdorff: Uma Vida Documentando a Vida, de Bárbara Fontespremia foi o grande vencedor do festival que premia filmes produzidos com imagens de arquivo

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Por Agencia Estado
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O documentário Arne Sucksdorff: Uma Vida Documentando a Vida, de Bárbara Fontespremia, que fala sobre a vida, obra e morte de um documentarista sueco que viveu no Brasil por 30 anos, sendo 20 deles no Pantanal matogrossense, foi o grande vencedor da terceira edição do Recine, Festival de Cinema de Arquivo. O evento, que este ano tornou-se internacional, é realizado pelo Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, e premia filmes produzidos com imagens de arquivo, visando estimular a reutilização destas imagens para a realização de novas obras audiovisuais. Na categoria direção, o vencedor foi Adriano Justino, por O Rei Está Doente, um documentário sobre um desafio entre dois lutadores de boxe em 1969. O prêmio de melhor roteiro ficou com Pela Razão e pela Força, de Dennis Barbosa, um documentário sobre a ascensão e a queda do governo de Salvador Allende, de 1970 a 1973, no Chile. Produzido em tecnologia digital, o documentário foi realizado por ocasião dos 30 anos do golpe em que o socialista Salvador Allende foi derrubado por militares liderados pelo general Augusto Pinochet. Na categoria melhor pesquisa, o prêmio foi para O Galante Rei da Boca, de Luís Rocha Melo e Alessandro Gamo, que traça a trajetória de Antonio Pólo Galante, um dos mais ativos produtores cinematográficos dos anos 60 a 80, na Boca do Lixo, reduto da produção paulistana de filmes populares. O documentário experimental, Transferência, de Terêncio Porto, uma anti-reportagem sobre o 11 de setembro, foi o vencedor do prêmio de melhor contribuição à linguagem cinematográfica. O 3.º Recine, que aconteceu entre 13 e 17 de setembro, teve como tema a relação entre o cinema e as revoluções históricas e contou com a participação do historiador francês Marc Ferro, autor de livros como Os Tabus da História e Cinema e História (ambos traduzidos no Brasil), que fez uma palestra sobre o assunto. Abordando os movimentos políticos da segunda metade do século 20, da Revolução Cubana à queda do muro de Berlim, o evento terminou sexta-feira com show de Jards Macalé. A programação reuniu obras importantes de cineastas brasileiros, além de exibir o longa-metragem Nossa Música, de Jean-Luc Godard, que foi lançado no Festival de Cannes deste ano.

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