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Festival de Cinema das Mulheres premia brasileira

Entre as 55 diretoras que participaram do evento, Alice de Andrade, filha de Joaquim Pedro de Andrade, ficou em 3.º lugar, com o filme O Diabo a Quatro

Por Agencia Estado
Atualização:

Entre as premiadas hoje no 12.º Festival Internacional de Cinema das Mulheres, que ocorre em Turim, Itália, está a brasileira Alice de Andrade com o filme O Diabo a Quatro. O prêmio especial ficou com a egípcia Nawal El Saadawi pelo seu empenho social e político e o de melhor atriz ficou com a russa Nina Shubina pelo aclamado Babusya. Não foi fácil para o júri escolher entre as 55 diretoras de grande talento, mas o que facilitou foi o fato de elas terem como denominador comum a atenção às heroínas anônimas. Elas também mostraram as batalhas pelos direitos civis assim como as realidades dramáticas do cotidiano. Assim foi o documentário A Italiana da Patagônia, de Idanna Pucci, que venceu o prêmio do público junto com as protagonistas de outras obras representativas de diversos países, como Noruega, Holanda, Coréia, Nova Zelândia, Marrocos e Brasil. Entre os documentários, além de A Italiana da Patagônia, foram selecionados Zero Degrees Of Separation, de Elle Flanders (Canadá), e Marokko Swinght, de Barbara den Uyl (Holanda), onde a voz de uma cantora soa como um resgate à rebelião da massa de mulheres obrigadas ao silêncio. Entre os longas-metragens, o prêmio do público foi para Tout Pour Plaire, de Cecile Telerman (França), primeiro prêmio a L´enfant Endormi, de Yasmine Kassari, que trata da falta de sentido nas obrigações e nos rituais patriarcais. A aclamada co-produção entre Rússia e França, Babusya, de Lydia Bobrova, levou o segundo prêmio ao tratar da solidão de uma mulher idosa na nova Rússia. Empatada no terceiro prêmio para longas-metragens ficou o filme da brasileira Alice de Andrade, filha do cineasta Joaquim Pedro de Andrade, de Macunaíma(1969). O Diabo a Quatro é uma comédia que trata de temas como prostituição, migração e crianças abandonadas. No bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, o filme conta a história de uma babá que decide virar prostituta e conquista os outros personagens à sua volta, um cafetão, um surfista e menino de rua. Mais do que um sucesso de crítica, a edição deste ano foi um sucesso de público, reunindo mais de 12 mil pessoas que lotaram a inauguração do Teatro Novo de Turim e acompanharam as sessões noturnas no Teatro Nacional da cidade.

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