Festival de Cannes anuncia selecionados para 2015, sem presença de brasileiros

Lista é marcada pela diversidade de nacionalidades, mas deixa de fora longas de língua portuguesa; espanhol ainda pode entrar

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Por Andrei Netto
Atualização:

PARIS - A organização do 68º Festival de Cannes anunciou nesta quinta-feira, 16, em Paris, a primeira seleção de filmes que participação da competição de 2015. A má notícia para o cinema brasileiro é que, mais uma vez, não há cineastas ou filmes do País. Dos 1854 longas que se candidataram, destacam-se Dheepan, de Jacques Audiard, Carol, de Todd Haynes, Macbeth, de Justin Kurzel, Mon roi, de Maïwenn, Youth, de Paulo Sorrentino, The Sea of Trees, de Gus van Sant, e Sicari, de Denis Villeneuve.

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Também estão na competição Le conte des contes, do cineasta italiano Matteo Garrone, La Loi du marché, de Stéphane Brizé, além de filmes diretores asiáticos como The Assassin, do sul-coreano Hou Hsia Hsien.

A seleção é ainda parcial, porque na lista ainda faltam entre três e quatro filmes que completarão os indicados para a competição, juntando-se aos 16 já apresentados. Como de praxe no Festival de Cannes, a direção do festival selecionou filmes de uma ampla gama nacionalidades, valorizando também cineastas em primeiro trabalho. "Nós anunciamos 90% da seleção, um processo lento que se termina de forma fulgurante", entusiasmou-se o delegado-geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, explicando: "É uma seleção que formula hipóteses e tem a ambição de colocar coisas novas, entre nomes, filmes e países".

Questionado sobre a ausência de diretores e de filmes latino-americanos e em língua espanhola ou portuguesa na competição deste ano, Frémaux confirmou a escassez, mas revelou que ainda há pelo menos uma chance dentre os quatro longas que devem se juntar à lista principal. "Há um filme espanhol que nós gostamos muito", revelou. "Há esperança." 

Por outro lado, a direção ressaltou a boa safra de filmes franceses. Dos 16 que figuram na competição, quatro são realizações locais. "Estamos em um ano excepcional. Poderíamos ter sete", argumentou o delegado-geral. 

Na mostra Un certain regard - Um Certo Olha", na tradução livre -, estão filmes como Fly Away Solo, de Neeraj Ghayway, apresentado como um representante do novo cinema indiano; o islandês Rams, L'Autre rive, de Kiyoshi Kurosawa, além de Je suis un soldat, primeiro filme de Laurent Larivière, o mexicano Elegidas, de David Pablo, e três sul-coreanos, entre os quais Shameless

Exibidos fora da competição estarão Irrational Man, novo filme de Woody Allen - que recusou participar da disputa -, O Pequeno Príncipe, de Marc Osborne, e Mad Max: Fury Road, de George Miller, com Tom Hardy e Charlize Theron.

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O festival deste ano, que será realizado entre 13 e 24 de maio, terá pela primeira vez em sua história dois presidentes de júri, os irmãos Joel e Ethan Coen. Entre as homenagens especiais, haverá uma projeção póstuma do último longa realizado pelo cineasta português Manoel de Oliveira, morto recentemente, aos 106 anos, e um tributo a Ingrid Bergman, que no ano de seu centenário de nascimento será representada por sua filha, Isabella Rossellini.

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