PUBLICIDADE

Festival de Brasília anuncia hoje os vencedores

Os candangos serão entregues hoje à noite em cerimônia no Teatro Nacional, após a exibição de Entreatos, de João Moreira Salles

Por Agencia Estado
Atualização:

Fora de concurso, o documentário Entreatos, de João Moreira Salles sobre a campanha de Lula à Presidência, vai encerrar hoje a noite o 37.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Os vencedores serão anunciados em cerimônia no Teatro Nacional, onde serão distribuídos os Candangos (a estatueta do festival) que devem ficar, em sua maioria, entre os três primeiros concorrentes: 500 Almas, Cabra-Cega e Peões. E a dúvida fica para os dois últimos longas apresentados, Bendito Fruto, de Sérgio Goldenberg, e O Diabo a Quatro, de Alice Andrade, porque a edição de Brasília deste ano propôs uma programação rara em festivais - termina com duas comédias, gênero em geral pouco aceito em eventos desse tipo. No entanto, o público, (às vezes) menos bitolado que críticos e curadores de mostra, acolheu com grande alegria o divertido Bendito Fruto, um intermediário entre a comédia de equívocos e a comédia romântica, com a história de Edgard (Otávio Augusto) que vive, digamos, maritalmente com a antiga empregada, Maria (Zezeh Barbosa), e se enrosca todo quando chega ao Rio uma antiga colega de escola, Virgínia (Vera Holtz). Boa parte da eficácia de Bendito Fruto se deve à inteligência despojada do enredo. Mas a outra boa parte se deve ao elenco como um todo e do entrosamento dos atores entre si. Não seria surpresa, nem injustiça, se parte desse elenco fosse lembrado para os Candangos. Peões segue favorito e o prêmio principal de melhor filme cairia bem para Eduardo Coutinho, um mestre do documentário já premiado em Brasília, em 1999, com seu Santo Forte. Mas não podem ser subestimadas as chances do outro documentário concorrente, 500 Almas, trabalho de fôlego de Joel Pizzini. Também não pode ser descartado o belo longa de ficção Cabra-Cega, de Toni Venturi, até agora o favorito na cotação popular. Com sua história tirada dos anos de chumbo da ditadura militar, foi o concorrente que mais emocionou o público do Cine Brasília. E fornece pelo menos um candidato ao troféu de melhor ator, Leonardo Vieira no papel de Tiago, o guerrilheiro encurralado num aparelho no centro de São Paulo. Cascalho, de Tuna Espinheira, pode levar algum prêmio como compensação pelo esforço e também porque, apesar dos defeitos, dá o seu recado com toda a dignidade. Mercado - Pelo segundo ano consecutivo, Brasília, considerado um festival ortodoxo do cinema de autor, apresenta o seu mercado de filmes, prática comum em todos os eventos do gênero no mundo. Obteve bons resultados, segundo foi divulgado. Nada menos do que 42 filmes brasileiros foram negociados com compradores do exterior, gerando receita de US$ 500 mil nos seis primeiros meses e que pode chegar a US$ 1,6 milhão em até dois anos. Os títulos mais procurados para compras foram Cazuza, o Tempo não Pára, de Sandra Werneck, Contra Todos, de Roberto Moreira, Olga, de Jayme Monjardim, e o documentário Soy Cuba, de Vicente Ferraz. O Grupo Novo de Cinema e TV, que coordena o mercado em Brasília, anunciou ainda uma joint-venture com a distribuidora argentina Artkino Pictures para lançamento de filmes brasileiros na América do Sul.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.