‘Exterminador’ é franquia inesgotável com alguns tropeços, mas que nunca deixou de atrair

Os dois primeiros filmes têm direção de James Cameron - e talvez por isso sejam melhores. O novo põe o foco em Linda Hamilton

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Criada em 1984 pelo produtor James Cameron e sua então mulher, Gale Anne Hurd, a franquia Exterminador do Futuro/Terminator chega ao seu sexto filme com Destino Sombrio, que estreia nesta quinta, 31, em salas de todo o Brasil. Derivada da franquia, em uma época que não se falava em spin-off, surgiu, em 2008/2009, a série The Sarah Connor Chronicles, centrada na personagem de Linda Hamilton, que agora volta ao papel em mais um longa. Há 35 anos, o jovem Cameron – com 30 anos na época (ele nasceu em 1954) – engatinhava em Hollywood. Havia feito apenas um filme, Piranha 2, mas já possuía experiência com efeitos especiais, direção de arte e fotografia, adquirida no trabalho com Roger Corman e John Carpenter, em Fuga de Nova York.

O primeiro filme da saga, lançado em 1984, foi um sucesso estrondoso, mas a continuação só voltou sete anos depois Foto: 20th Century Fox

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Inicialmente, Cameron sonhava ser quadrinista, mas depois de assistir ao clássico de Stanley Kubrick, 2001 – Uma Odisseia no Espaço, trocou o rumo e orientou-se para o cinema. Obcecado pelo computador Hal-000, que controla a nave da odisseia kubrickiana, imaginou um futuro distópico em que raros sobreviventes humanos enfrentam as máquinas que dominaram a Terra. Na fantasia de Cameron, um hipotético sistema digital defensivo montado pelo governo dos EUAGlobal Digital Defense Network, operado por Cyberdyne Systems – escapa ao controle humano e se estabelece como poder absoluto. No filme, esse sistema de inteligência chama-se Skynet e, para protegê-lo, que chega do futuro um ciborgue indestrutível. Sua missão é caçar e, presumivelmente, matar uma mulher, Sarah Connor, que, ao longo da trama, descobriremos, ser á mãe do futuro líder da resistência dos homens às máquinas.

Arnold Schwarzenegger já havia feito Conan, baseado no personagem de Robert E. Howard, mas foi com o Terminator que virou astro, e fundou seu mito. O homem-máquina, que não expressa emoção e não pode ser parado. Para contar essa história, Cameron fez um filme que também não para nunca – são 108 minutos de ação contínua e muitas cenas espetaculares. Um modelo para futuras ficções que surgiram,nessa trilha aberta por Cameron e Gale, que escreveram o roteiro inspirados em trabalhos de Harlan Ellison. O sucesso foi imenso, mas, só em 1991, sete anos mais tarde, surgiu O Exterminador do Futuro – Julgamento Final. O título apocalíptico refere-se ao julgamento bíblico, o Juízo Final, e dessa vez o Terminator, convertido em protetor de John Connor, o salvador, enfrenta um ciborgue rival, que, esse sim, veio do futuro para matar o garoto, interpretado por Edward Furlong.

Inspiração. Entre os dois filmes, Cameron realizara Aliens – O Resgate, em 1986, e O Segredo do Abismo, em 1989. Veio desse último o homem-máquina aterrador de Michael Biehn.

Produto de ponta de uma geração mais acurada que a de Schwarzenegger, ele é líquido e consegue assumir as mais variadas formas, o que o torna ainda mais perigoso. O sucesso foi estrondoso, mas Cameron, embarcando na aventura de Titanic (1998), distanciou-se de sua criação para abraçar outra. O terceiro Exterminador, A Rebelião das Máquinas, de 2003, teve direção de Jonathan Mostow, que havia feito Breakdown – Perseguição Implacável. Como Edward Furlong se envolvera com drogas, foi substituído, no papel de John Connor, por Nick Stahl e a novidade é que o ciborgue era agora do gênero feminino, outra máquina destruidora sob a bela aparência de Kristanna Loke. Schwarzenegger envolvera-se com a política e sonhava com a cadeira presidencial – que, numa cena, Mostow mostra sugestivamente vazia. É considerado o mais fraco da série, mas tem seus momentos. E Schawrzenegger repete a fala emblemática do Terminator“I’ll be back”. No quarto, o astro caiu fora e outros atores assumiram o centro da ação.

Em Salvação (2009), de McG, John Connor (Christian Bale) combate as máquinas quando chega esse formidável estranho (Sam Worthington) – o ator de Cameron em Avatar – que não se lembra de onde esteve, nem de como adquiriu essa força. Em Gênesis (2015), de Alan Taylor, a Skynet aciona uma máquina do tempo da qual sai Schwarzenegger (um pouco mais velho), retomando a franquia, mas levando-a em outra direção. No novo Destino Sombrio, de Tim Miller, o foco está em Sarah Connor, de novo Linda Hamilton. Empoderamento feminino. O trailer é espetacular, e fã nenhum da franquia vai querer perder.

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