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Evento no CCBB mapeia o que há de inovador no suspense

Começa nesta quarta-feira no Centro Cultural Banco do Brasil a mostra Alta Tensão - Suspense e Terror no Cinema Contemporâneo, que vai até o dia 30 de julho

Por Agencia Estado
Atualização:

Arte que simula o real, o cinema parece o meio adequado para que o espectador experimente um perigo que, na verdade, não o atinge, já que ele está ali seguro no escurinho da sala. Partindo dessa idéia, o curador Luiz Montes organizou a mostra Alta Tensão - Suspense e Terror no Cinema Contemporâneo, que começa nesta quarta-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Até dia 30, serão exibidos dez filmes de diversas procedências. Formado em cinema pela USP, Montes, de 29 anos, é roteirista e diretor de quatro curtas premiados. Reconhecendo que o medo pode ser uma das mais belas artes, ele evita o que seria a obviedade - a tensão segundo o mestre do suspense, Alfred Hitchcock - e tenta apresentar o que há de mais significativo sendo feito nessa seara em todo o mundo. A tensão não é só um tema. O importante é revelar os procedimentos estéticos que permitem aos diretores novas abordagens de uma matéria que interessa muito ao cinema comercial. Distorções de imagem e contrastes de claro e escuro não são mais suficientes. O som, você vai ver, desempenha um papel fundamental nesses filmes e é por meio de recursos assim que os autores colocam na tela narrativas com elementos sobrenaturais ou que enfocam a ruína psicológica de indivíduos atormentados. Um recorrido sobre os diversos filmes destaca alguns títulos, em particular. Following, por exemplo, é o tipo do programa que o cinéfilo não vai perder. É assinado por Christopher Nolan, cineasta que, em Amnésia e Insônia, recorreu a efeitos e narrativas descontínuas - no caso do primeiro, ele contou sua história de trás para a frente - para disfarçar que a dramaturgia, propriamente dita, não é tão inovadora assim. Nolan de qualquer maneira, deu um salto com Batman Begins, o que justifica a curiosidade por suas origens, neste filme sobre aspirante a escritor que se envolve com ladrão que passa a protegê-lo. No Oriente, nos últimos anos, houve uma explosão do cinema de terror, especialmente no Japão, que produziu o fenômeno O Anel, encampado por Hollywood. Do Japão vem agora Audition, de Takashi Miike, sobre viúvo que se envolve com uma mulher misteriosa (e fatal). Da Coréia surge A Tale of Two Sisters, de Jim Jee-Woon, no qual a história das duas irmãs é situada no quadro de uma família disfuncional, como representação do mundo. Dos demais programas, há um francês - Harry Veio para Ajudar, de Dominique Moll. Harry, interpretado por Sergi Lopez, é esse cara prestativo que surge na vida de um casal (Laurent Lucas e Mathilde Seigner). Ele é sedutor, mas por trás daquela cara de garotão desprotegido que atrai as mulheres há um desequilibrado dos mais perigosos. O filme pode não ser muito bom. Lopez e Mathilde Seigner são maravilhosos. Graças a eles, a tensão desse filme ganha em erotismo. Alta Tensão - Suspense e Terror no Cinema Contemporâneo Quarta, 19/7: 17h, Wendigo, de Larry Fessenden; 19h, A Tale of Two Sisters, de Kim Ji-Woon. Quinta, 20/7: 17h, Soft for Digging, de JT Petty; 19h, Harry Chegou para Ajudar, de Dominik Moll. Centro Cultural Banco do Brasil. R. Álvares Penteado, 112. Fone: 3113-3651. 4ª a 6ª, 17h e 19h (sáb. e dom. também 14h). R$ 4. Até 30/7

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