ESTREIA–Quarto "Transformers" é passatempo explosivo

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Por Redação
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É digno de admiração o trabalho que o diretor Michael Bay tem feito à frente da franquia “Transformers”, que chega agora ao quarto filme. Embora não dê muita importância à dramaticidade, ou mesmo a compor uma história coesa, é inegável o talento que possui para a ação vertiginosa, explosões e caos milimetricamente calculados. Uma competência que pode fazer o espectador perdoar (mas não esquecer) até mesmo a imensa lista de propagandas nada camufladas nesta produção. Um cinema-diversão, que usa toda a pirotecnia de efeitos visuais para entreter. Com roteiro mais uma vez de Ehren Kruger, “A Era da Extinção” começa quatro anos depois dos acontecimentos de “O Lado Oculto da Lua”, quando a batalha final destruiu Chicago. Com o fim dos Decepticons, um grupo paramilitar pertencente à CIA, liderado por Harold Attinger (Kelsey Grammer), passa a perseguir (e desativar) sistematicamente os Autobots sobreviventes. A aniquilação dos robôs, na prática bons, pelo grupo envolve uma empresa de tecnologia criada por Joshua Joyce (Stanley Tucci, como alívio cômico), que busca criar os próprios transformers, domesticados. Seria evitada, com isso, a dependência dos humanos aos Autobots para uma eventual nova invasão alienígena, além de viabilizar bilhões de dólares em produtos feitos a partir da tecnologia deles. Para a missão, Attinger conta com o apoio de Lockdown, um transformer caçador de recompensas intergaláctico, que tem sua própria agenda: capturar o líder Autobot, Optimus Prime, e levá-lo preso aos Construtores, que como o nome aponta, são responsáveis pela confecção de todos os robôs (e quem sabe do universo). Nesse contexto, o espectador é apresentado a Cade Yeager (Mark Wahlberg), um pacato mecânico no interior do Texas, afeito à robótica amadora. Zeloso pelo futuro de sua filha Tessa (Nicola Peltz), compra sucata para ganhar algum dinheiro com a restauração. E é nesse trabalho que encontra um velho caminhão, que, no fim, descobre ser o próprio Optimus Prime. Sensibilizado com os problemas do transformer, Cade se vê obrigado a ajudá-lo, tal como a si mesmo, depois que o grupo da CIA invade sua casa e ameaça sua filha. Caberá ao humano destrinchar o plano de Attinger e Joyce para restaurar a ordem no planeta junto aos Autobots, já que os robôs criados pela empresa não parecem obedecem ordens. Dos EUA à China, a nuvem de destruição causada pelo confronto é o que há de melhor no filme. Em especial, com a entrada (um pouco tardia) dos Dinobots (aqueles com forma de dinossauros) e dos novos robôs (criados a partir de destroços dos Decepticons). O ritmo aqui é acelerado, sem deixar tempo para piscar, ação que pode fazer o espectador perder algumas boas explosões. Linearmente, “A Era da Extinção” marca um novo começo para a franquia. Na teoria, deveria alcançar certa maturidade, já que o mundo não é mais o mesmo depois dos acontecimentos determinados pela trilogia inicial. Mas nada disso parece acontecer. O personagem Cage, por exemplo, que simbolizaria essa passagem, nada perde a Sam (de Shia LaBeouf). Parece uma criança com uma arma de brinquedo quando é chamado à batalha. Mesmo Optimus, que é um líder extremo e ético, toma decisões por impulso, muito longe da versão mais centrada que a maturidade indicaria. Como maior sucesso da Paramount em bilheteria para o ano (“Jack Ryan – Operação Sombra” deixou a desejar), a saga “Transformers” tem motivos de sobra para continuar. Com bilheteria de estreia superior a U$ 100 milhões, no primeiro fim de semana nos EUA, o público de lá mostrou não estar nada farto da franquia. E Michael Bay, responsável pelo sucesso, já fala no quinto filme. (Por Rodrigo Zavala, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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