ESTREIA-Sandler faz papel duplo em comédia com Al Pacino

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Por Redação
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Homens travestidos de mulheres não são uma novidade no cinema. Mesmo que a caracterização deixe a desejar e a cópia seja propositalmente mal feita, isso não impede que o público venha abaixo com as confusões criadas pela troca de gênero. Jack Lemmon e Tony Curtis se transformaram em duas distintas senhoritas para perseguir Marilyn Monroe na viagem de uma orquestra de moças, em "Quanto Mais Quente Melhor". Até Grande Otelo se caracterizou como Julieta, com direito a tranças, em "Carnaval no Fogo". Nos dois casos, muitas confusões e gargalhadas. Não é o que ocorre com Adam Sandler em "Cada Um Tem a Gêmea que Merece", no qual interpreta os papeis de um executivo de uma agência de publicidade e o de sua irmã gêmea amalucada. O papel duplo, em si, não traz grandes novidades nem desafios e a mão pesada no humor só consegue produzir situações escatológicas e constrangedoras. Mesmo com a ajuda de Al Pacino, supostamente interpretando a si próprio, o filme não decola. O pesadelo de Jack (Sandler), executivo bem sucedido, que vive numa bela casa na Califórnia, com a mulher (Katie Holmes) e dois filhos, é receber a visita anual de sua irmã gêmea, Jill, no dia de Ação de Graças, quando tradicionalmente as famílias americanas se reúnem em volta de uma mesa farta. Desta vez, a sobremesa é a criação de um novo comercial de TV para a Dunkin' Donuts, que exige a participação de Al Pacino. Ou seja, mais uma dor de cabeça para administrar. Jill é uma solteirona que vive sozinha em Nova York, desde a morte da mãe, e não tem sorte com os homens. Na verdade, não faltam motivos para que eles fujam dela. E o filme enfatiza seus defeitos que, pelo roteiro, deveriam torná-la mais humana e divertida: ela está acima do peso, é feia, desajeitada, irritante e não procura esconder os recados enviados por suas funções fisiológicas. Quem vai querer ficar com uma mulher assim? Se você respondeu Al Pacino, acertou em cheio. Ele também não é uma pessoa fácil, a julgar pela paródia que faz de si próprio. Em crise com sua nova montagem teatral, ele vai a uma partida de beisebol, disfarçado com uma barba à la Bin Laden, na companhia de Johnny Depp (que veste uma camiseta de Justin Bieber). E lá ele conhece Jack e Jill. Pacino se encanta com Jill, mas é esnobado por ela. Jack vê a oportunidade de se aproximar do ator e convencê-lo a participar do comercial. Claro que, para isso, precisará da ajuda da irmã, que é dura na queda. Talvez o melhor momento seja a cena que resume, na visão de Pacino, o destino do comercial que Jack insiste em fazer. Ela se aplica inteiramente ao próprio filme, se o diretor Dennis Dugan tivesse autocrítica. (Por Luiz Vita, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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