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ESTREIA-'Projeto X' se arrisca além do politicamente correto

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Por Redação
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Existe realmente uma linha perversa que divide o politicamente incorreto do francamente ofensivo. E a comédia "Projeto X - Uma Festa Fora de Controle" não fica na fronteira entre os dois, ela a ultrapassa inúmeras vezes. Isso é necessariamente ruim? Não. Tal como mostra esta produção que revela, de maneira grosseira, a vida da classe média americana. Palavrões, violência, sexismo, bebedeira e fumaça (de todas as formas) estão impregnadas neste filme que o espectador deve decidir se leva na brincadeira ou não. Se fosse uma produção brasileira, choveriam sanções e movimentos sociais para torcer o nariz, elencando a série de transgressões promovidas aqui. Mas "Projeto X" se arrisca a ir tão longe que consegue transcender para algo único. A receita parece, mas não é fácil. Uma câmera na mão, quase documental, mostra os preparativos de uma festa de Thomas (Thomas Mann), um eterno perdedor que quer se dar bem na escola, ao lado de seu amigo Costa (Oliver Cooper). O problema é que não existem limites para Costa, que anuncia até em rádios a comemoração. Como se vê nos anúncios e trailers, a festa, que até então era planejada para 50 pessoas (no máximo), fica fora de controle. A casa, dessas com uma pacata vizinhança que só americanos podem ter, vira palco de descontroles comportamentais dos milhares de convidados. Trata-se, enfim, de um encontro entre "Bruxa de Blair" com "SuperBad", com a verborragia adolescente de quem sabe o que faz, o cineasta Todd Phillips, o autor de "Se Beber Não Case". Quem viu os filmes anteriores dele pode imaginar como os seus personagens se comportariam na adolescência, com os hormônios a mil. Definitivamente, "Projeto X" é uma experiência cinematográfica que não pode ser levada a sério. Mas há uma questão importante aqui: dá até vontade de participar dessa festa. (Rodrigo Zavala, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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