Estréia o desenho da Disney "Irmão Urso"

O desenho animado que fala de ecologia e reencarnação ocupa 300 salas de cinema, competindo com Acquaria, de Sandy e Junior

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Por Agencia Estado
Atualização:

Selton Mello, que dubla o personagem Kenai de Irmão Urso, confessa que tem um carinho especial pelo novo desenho dos Estúdios Disney, que estréia hoje, em mais de 300 salas de todo o Brasil. Com as 320 cópias de Acquaria que estarão circulando, também a partir de hoje, pelo País, só esses dois filmes para o público infantil vão ocupar quase a metade do circuito nacional de exibição. Nas próximas semanas estarão entrando o novo filme de Xuxa e O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, completando um quadro de férias em que restarão poucas alternativas para os espectadores que não quiserem rezar pela cartilha do cinemão. É verdade que não há por que nutrir preconceitos. Irmão Urso é um belo filme para crianças de todas as idades, dos 8 aos 80 anos. E quanto a O Retorno do Rei, o terceiro filme da série que Peter Jackson adaptou da saga cult de J.R.R. Tolkien, é um dos mais esperados do ano, já que os dois primeiros, A Sociedade do Anel e As Duas Torres, são obras que justificam, por si sós, a existência de Hollywood como máquina de sonhar e construir grandes histórias. De volta a Irmão Urso e a Selton Mello, o ator de Lisbela e o Prisioneiro, que há anos trabalha como dublador - fez a dublagem da lendária série Charlie Brown - diz que poucas vezes viu uma história tão bonita, tratando de temas como ecologia e espiritualidade com tanta sensibilidade. Acrescenta que ele próprio se sente como um urso. Gosta de ficar no canto dele, hibernando, o que criou a imagem de que é um sujeito tímido, quando ele prefere dizer que é reservado. Mitos de reencarnação e transformação aparecem em todas as culturas. Fornecem o tema do desenho de estréia de Aaron Blaise e Bob Walker. Os dois exibem uma extensa lista de contribuições à Disney e às platéias infantis de todo o mundo. Blaise foi supervisor da animação de personagens de O Rei Leão e Walker foi diretor de layout, responsabilizando-se pela construção de cenários e iluminação de A Bela e a Fera. Parece que foi ontem, mas já se completaram 12 anos desde que a Bela e a Fera dançaram no computador, iniciando uma nova era na animação (e nos desenhos da Disney). A dupla de diretores volta-se agora para a história de Kenai. Ele é um urso, mas antes disso é humano, um guerreiro transformado em animal para conduzir à terra de seus ancestrais o ursinho, cuja mãe ele matou. Essa experiência no corpo do outro lhe permite desenvolver uma nova visão do mundo e da natureza. E, protegendo o ursinho, ele termina por participar duplamente de uma jornada de conhecimento - a dele mesmo e a do pequeno Koda. Como sempre nos desenhos da Disney, existe a trama principal e uma série de tramas paralelas, com personagens secundários que enriquecem o relato. A relação de Kenai e Koda é dramática, o humor fica principalmente por conta da dupla de alces interpretada por Luiz Fernando Guimarães e Marco Nanini. Eles também adoraram emprestar a voz a essas figuras. Nanini vinha da experiência de dublar-se a si mesmo em Apolônio Brasil - O Campeão da Alegria. Cerca de 90% das cópias de Irmão Urso serão dubladas. Restarão umas 30 para os espectadores - em geral, os adultos - que quiserem conferir as vozes originais. Joaquim Phoenix, de Gladiador, faz Kenai na versão americana e a trilha tem canções de Phil Collins, incluindo mais dois grupos musicais aclamados. Um é o grupo de gospel, vencedor de vários Grammys, The Blind Boys of Alabama. Cantam de forma emocionante a canção Welcome, que virou Bem-Vindo, na versão brasileira. O outro é o grupo feminino Bulgarian Women´s Choir, no número Transformation (Transformação). O resultado pode não ser tão bom quanto Procurando Nemo - o melhor desenho da Disney desde O Rei Leão, de 1944 -, mas a magia do estúdio continua.

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