17 de maio de 2012 | 10h13
O filme, ambientado no século 19, com uma boa caracterização de época, tem até um bom ponto de partida, mas não chega perto da inventividade e não possui a força do trabalho de 2005, baseado na graphic novel de Alan Moore. E não foi por falta de um bom modelo, pois Poe continua sendo um marco da literatura fantástica e sua morte misteriosa, aos 40 anos, ainda alimenta uma série de teorias.
O filme começa justamente pouco antes da morte de Poe (John Cusack), encontrado em estado catatônico em um parque de Baltimore. A ação recua e somos apresentados ao escritor, de personalidade difícil, viciado em álcool e com problemas financeiros. Ele já é um autor conhecido, preocupado agora com a produção de obras mais introspectivas, mas o editor de um jornal sensacionalista o pressiona a voltar a escrever histórias de terror.
O tema volta a interessá-lo quando ocorre uma série de crimes violentos, inspirados em suas histórias. Ele próprio é considerado suspeito, mas fica evidente a existência de um assassino em série que se inspira em seus livros. Poe começa a trabalhar com o detetive Emmett Fields (Luke Evans) na identificação do assassino e na prevenção de novos crimes, mas os resultados não são nada animadores.
A tensão aumenta quando Emily (Alice Eve), uma linda jovem por quem Poe está apaixonado, é raptada. Se não for localizada a tempo, deverá ter o mesmo destino de outra jovem, encontrada morta por bicadas de um corvo, com o qual ficou trancada em uma caixa de madeira.
O desfecho levará para o começo do filme e procurará desvendar o mistério da morte do próprio Poe. E o corvo, esse personagem misterioso e horripilante, presente em toda a história, talvez repita o lamento do poema que consagrou o escritor e diga: "Nunca mais".
(Por Luiz Vita, do Cineweb)
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