ESTRÉIA-'Lady Jane' retrata história de vingança

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Por Redação
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"Lady Jane", o novo filme do diretor francês Robert Guédiguian (de "Armênia"), empresta seu título de uma antiga canção de sucesso dos Rolling Stones. Trata-se do nome de guerra de Muriel (Ariane Ascaride), uma das integrantes de uma quadrilha de ladrões que está no centro da trama. O filme estréia apenas em São Paulo na sexta-feira. A primeira cena traz um flashback do alegre bando de assaltantes, cada um deles usando uma máscara de velho sorridente com barbas brancas, parecido com o Papai Noel. Nesse dia, eles distribuem casacos de pele de um caminhão roubado aos moradores da periferia de Marselha. Essa imagem romântica do banditismo à la Robin Hood, que tirava dos ricos para dar aos pobres, vai se desfazendo pouco a pouco, especialmente quando se descobre o motivo da dissolução do bando -- uma morte. O que há por trás dela se saberá depois, quando acontece o seqüestro de um adolescente, filho de Muriel. Lady Jane é também o nome da elegante loja de presentes que ela administra, no centro histórico da cidade de Aix-en-Provence, onde ela aplicou os frutos de anos seguidos de roubos a bancos. É lá que Muriel atende ao celular, vendo o filho na mira de uma arma em sua tela. Ninguém sabe quem é o sequestrador, que dá sinais de conhecer bem o passado da quadrilha. Por isso, ela resolve retomar contato com os ex-comparsas, René (Gerard Meylan), que trabalha numa boate suspeita, e François (Jean-Pierre Darroussin), hoje um modesto reparador de barcos. Como nenhum deles aproveitou bem o passado de roubos, é difícil para a mãe reunir a alta soma de resgate pedida pelo criminoso. Fora a angústia dessa situação, o reencontro dos velhos companheiros faz renascer algumas tensões do passado -- como a nunca resolvida paixão de François por Muriel. Ele acredita, inclusive, que pode ser o pai do garoto sequestrado, o que a mãe sempre negou. À medida que se desenrolam os contatos do sequestrador, fica muito claro que ele não pretende apenas dinheiro -- quer vingança e não se sabe o motivo. A trama evolui em ritmo de policial, revelando segredos que Muriel manteve escondidos inclusive dos ex-parceiros. O filme também não deixa de traçar um paralelo com a política, em especial quando mostra, numa televisão, um filme sobre a guerra entre árabes e israelenses. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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