ESTREIA-Jessica Chastain enfrenta fantasma para proteger sobrinhas em 'Mama'

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Por Redação
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Talvez seja mais fácil se lembrar de filmes em que a maternidade é motivo de pânico, e até de horror, do que de alegrias. A lista começa pelo clássico "O Bebê de Rosemary", passando por "Anticristo" e desaguando em "Precisamos Falar sobre Kevin". "Mama" não se equipara a nenhum desses, mas o longa, dirigido pelo espanhol Andrés Muschietti e produzido por Guillermo del Toro também se vale de maneira meio oblíqua do velho ditado: "Ser mãe é padecer no paraíso". No caso, ser tia, assumindo o papel de uma mãe que morreu. Jessica Chastain ("A Hora Mais Escura") é Annabel, membro de uma banda de rock, que leva uma vida desregrada com seu namorado, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau). A primeira vez que a vemos, está no banheiro agradecendo a Deus pelo teste de gravidez ter dado negativo. A comemoração pode durar por 5 anos, até que duas sobrinhas de seu marido, que estavam desaparecidas, são encontradas e o casal fica com a guarda das meninas. A história das meninas é uma espécie de prólogo do filme que começa com "Era uma vez...", o que sugere um conto de fadas contemporâneo e sombrio. O pai de Vitória (Megan Charpentier) e Lilly (Isabelle Nélisse) matou a mãe delas e mais um sócio. Na fuga, sequestra as garotas, levando-as para uma cabana no meio da floresta, onde pretende matá-las e se suicidar. Porém, uma força sombria salva a vida das meninas, e as mantém vivas por cinco anos, alimentando-as apenas com cerejas. Quando são encontradas, as garotas estão praticamente animalizadas, andam de quatro, são incapazes de se comunicar ou manter qualquer contato social, o que desperta a curiosidade de um médico (Daniel Kash), que ajuda o casal Luke e Annabel a ganhar a guarda das crianças, também disputada por uma tia materna (Jane Moffat) -- uma personagem que não faz muito sentido. Para o médico, as meninas criaram um personagem --a quem chamam de Mama-- que as manteve vivas durante os cinco anos. Agora estão com dificuldades de abandonar a fantasia. Acontece que Mama é mais real do que todos pensam. Real, ciumenta e malévola, vingando-se de todos por quem as garotas desenvolvem algum tipo de afeição. E quando Annabel é obrigada a ficar sozinha com as meninas, terá de enfrentar essa força. "Mama" é baseado num curta --disponível na internet-- feito por Muschietti, que acabou chamando a atenção de Del Toro. O curta, de cerca de 2 minutos, se transformou numa das cenas do longa. Mas, obviamente, tudo o que apenas é sugerido lá, se materializa e é didática e desnecessariamente explicado na versão longa. Apesar de seus sustos baratos e de explicações que só enfraquecem a trama, Jessica Chastain e as duas meninas, Megan Charpentier e Isabelle Nélisse, mantêm a cumplicidade perfeita, no amor e no ódio, na paz e no medo. O trio parece compreender que o maior horror, o maior medo vem daquilo que cremos poder confiar, na aparente banalidade do dia-a-dia. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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