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ESTREIA-'Godzilla' vira coadjuvante do seu próprio filme

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Por Redação
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Godzilla é, sem dúvida, um dos monstros mais icônicos do cinema mundial. Personagem de mais de 20 produções desde a década de 1950, a gigantesca criatura japonesa criada em meio à era atômica, em especial após os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, ganha novo fôlego com esta aguardada refilmagem que, desde os trailers, mostrou uma incrível concepção visual. Além da arte e dos efeitos especiais, divide a tela com o monstrengo um elenco estelar formado por atores como Aaron Taylor-Johnson, Ken Watanabe, Sally Hawkins, Juliette Binoche e Bryan Cranston, que por si só chamam a atenção para o filme. Porém, apesar de todos esses elemento, há algo que falta nesta produção: o próprio Godzilla. No roteiro escrito por Max Borenstein e Dave Callaham (de “Os Mercenários”), os testes nucleares feitos pelo mundo na década de 1950 eram, na verdade, tentativas de matar o gigante, em uma iniciativa mundial chamada Projeto Monarca. A criatura pré-jurássica, que se alimenta de radiação (quando a Terra ainda a emanava diretamente na atmosfera), estava dormente e foi despertada com a utilização de artefatos atômicos pelos Estados Unidos no pós-guerra. Desaparecida nas profundezas do oceano desde então, a situação muda no fim da década de 1990, quando os pesquisadores Dr. Ichiro Serizawa (Watanabe) e Vivienne (Hawkins), responsáveis pelo projeto Monarca, encontram, nas Filipinas, os restos mortais de um parente ancestral de Godzilla e esporos preservados de uma outra criatura da época, o Muto. Logo após a descoberta, em uma usina nuclear no Japão, o engenheiro Joe Brody (Cranston) e sua mulher Sandra (Binoche) lutam para identificar a origem de emissões eletromagnéticas que ameaçam destruir as instalações e causar um acidente nuclear. A tragédia, no fim, é inevitável, e Joe passa os próximos 14 anos buscando a verdade sobre a tragédia que levou Sandra. Já nos dias atuais Ford Brody, o filho do casal que, agora, é um sargento do esquadrão antibombas do Exército norte-americano, volta a encontrar o pai no Japão, preso por invadir a proibida área do acidente. Sem ter como recusar, Ford se alia a Joe e ambos descobrem que, não apenas o Projeto Monarca foi o responsável pela explosão, como está, às escondidas, gerando o embrião do espécime achado nas Filipinas. Inevitavelmente, o experimento dá errado e a iniciativa libera ao mundo um monstro gigantesco capaz de levar, como diz o próprio Joe, “a civilização de volta à idade da pedra”. Mas, onde estará Godzilla? Quando nasce, o Muto faz vir à tona o mostrengo e a humanidade se pergunta se virá para ajudar ou atrapalhar, já que a situação piora quando se descobre que os EUA também gestaram um Muto para eles. Com todo esse pano de fundo e explicações de contexto, o filme demora a engrenar. Nos cortes estranhos feitos pelo diretor Gareth Edwards e pelo editor Bob Ducsay (de “A Múmia”), as aguardadas sequências de ação em que Godzilla aparece são interrompidas abruptamente pelo drama da Família Brody. Assim, o que poderia dar agilidade à narrativa, apenas interrompe o dinamismo da luta entre gigantes. Como se não levasse seu nome no título, o monstro vira coadjuvante em seu próprio filme que, por mais bem feito que seja, peca justamente nesse ponto: falta Godzilla em “Godzilla”. O filme estreia em versões 3D, 2D e IMAX. (Por Rodrigo Zavala, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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