Estréia filme de John Madden estrelado por Gwyneth Paltrow

A Prova, que tem como centro as relações familiares, é a adaptação de uma peça que, no Brasil, foi representada por Andréa Beltrão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mãe e filho, pai e filho, pai e filha - as relações familiares estão no centro das principais estréias desta sexta-feira, em filmes como "Zuzu Angel", "Pai e Filho" e "A Prova". O melhor é o de Aleksandr Sokurov, mas os demais não são destituídos de interesse. O de John Madden é bom. Diretor de "Shakespeare Apaixonado", Madden tem o pé no teatro, como volta a confirmar seu novo filme, adaptado de uma peça que, no Brasil, foi representada por Andréa Beltrão. Gwyneth Paltrow é a protagonista. Filha de um matemático brilhante (Anthony Hopkins), ela cuida do pai em seus últimos anos, mas o vê mergulhar, progressivamente, na esquizofrenia. A dúvida da personagem é se ela própria, tendo herdado o gênio do pai, não herdou também a sua loucura. Em "Shakespeare Apaixonado", Gwyneth ganhou o Oscar por seu papel como a mulher que se fingia de homem para interpretar mulheres no teatro, de acordo com a tradição elizabethana que vetava a presença feminina no palco. Gwyneth derrotou Fernanda Montenegro, que concorria com Central do Brasil, e isso provocou uma onda de protesto no Brasil inteiro. A wasp - loirinha, bonitinha, de olho azul - venceu uma atriz de intensidade muito maior. Só em Hollywood. Mas, para Gwyneth, o Oscar foi um divisor de águas. Ela tem filmado menos e escolhido mais os papéis. A loirinha tem se arriscado. Interpretou a poetisa Sylvia Plath, tornando palpáveis a angústia e o desamor que a levaram ao suicídio. Em "A Prova", encara novo desafio. Russell Crowe já viveu esse limite em que a razão vira loucura, em "Uma Mente Brilhante". A prova, aqui, é dupla - Gwyneth tem de provar se seu enunciado matemático é correto e também se não está louca. O filme mantém a essência dos diálogos da peça sem cair no teatro filmado. Expõe toda a fragilidade de sensibilidades excepcionais. Há anos, Hopkins ameaça parar com o cinema, mas não resiste a um bom papel. O de "A Prova" é ótimo. A Prova (Proof, EUA/2005, 74 min.) - Drama. Dir. John Madden. 12 anos. Em grande circuito. Cotação: Bom

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