ESTREIA-Em novo 'Missão: Impossível', Cruise desafia as alturas

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Por Redação
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Quem tiver vertigem, que fique em casa. Porque "Missão: Impossível - Protocolo Fantasma", o quarto capítulo da franquia, é de provocar calafrios a quem tem medo de altura. O roteiro de Josh Appelbaum e André Nemec (da série "Alias") não economiza sequências a muitos, muitos metros acima do chão. Começando pela abertura, que acompanha as acrobacias aéreas do agente Hanaway (Josh Lee Holloway, da série Lost) por altos telhados de Budapeste. O filme tem estreia mundial na quarta-feira, com lançamento no Brasil em 600 cópias, nas versões 2D, 2D digital, Imax, dubladas e legendadas. O agente escapa de seus perseguidores aéreos, mas não de um sinuoso perigo em terra, a assassina profissional Sabine Moreau (a francesa Léa Seydoux). Ela se apodera da preciosa carga trazida por Hanaway: uma série de códigos capazes de disparar os antigos mísseis soviéticos da Guerra Fria contra os EUA. O serviço secreto IMF, portanto, vai precisar de seu melhor agente, Ethan Hunt (Tom Cruise). Só que ele está cumprindo pena numa tenebrosa penitenciária em Moscou. Certamente, resgatar Hunt não é problema para a dupla encarregada da missão, o perito em tecnologia Benji Dunn (Simon Pegg) e Jane Carter (Paula Patton). Ainda que Hunt demore um pouco mais do que os dois esperam e insista em levar consigo um outro prisioneiro, Bogdan (Miraj Grbic) - cuja função nas aventuras que vem a seguir ficará clara no momento devido. A missão requer que o trio penetre nada menos do que o Kremlin, com Hunt e Benji passando-se por militares russos. Uma vez lá dentro, instalam uma incrível parafernália técnica, criando numa tela um falso fundo para enganar os guardas, impedindo que vejam que Hunt está fuçando seus arquivos. O problema é que o misterioso Cobalto, ou seja, Kurt Hendricks (Michael Nykvist), também está na área e com outra agenda. Se a muito custo os agentes da IMF conseguem sair, não conseguem impedir a explosão parcial do Kremlin, pela qual serão responsabilizados. Aí começa o tal Protocolo Fantasma do título, já que, nesta situação, os agentes do IMF serão desautorizados pelo governo americano e terão que virar-se por conta própria, sem apoio logístico, para levar adiante a tarefa de recuperar os códigos dos mísseis. A próxima parada é Mumbai, mais precisamente a bordo do Burj Khalifa, o mais alto prédio do mundo, com 130 andares, uma altura de quase 830 metros. Aí vão desenrolar-se as sequências mais eletrizantes do filme, que envolvem Hunt andando como um lagarto pela fachada exterior do edifício, para acessar o servidor dos computadores do local, um hotel, e pôr em funcionamento uma operação que visa interceptar de forma muito engenhosa um encontro entre a mortífera Sabine Moreau e representantes do agente Cobalto, para negociação dos códigos. Difícil acreditar que um astro como Tom Cruise tenha insistido em fazer pessoalmente, sem dublês, estas perigosas cenas no Burj Khalifa - que exigiram que ficasse amarrado com cabos de aço (que foram apagados digitalmente) e também que as imagens fossem captadas por câmeras colocadas em helicópteros, tendo que driblar os fortes ventos da região. Cruise, certamente, não tem vertigens para fazer o que fez, quase voando. E mostra também uma disposição para brigar para ser de novo o astro número um de ação no mundo, posto que ocupava por ocasião do primeiro "Missão: Impossível" no cinema, em 1996, perdendo a posição progressivamente para astros como Johnny Depp e Angelina Jolie. A ousadia deste exemplar da franquia comprova um desejo de renovação, o que já se poderia esperar a partir do novo diretor, Brad Bird. Estrela maior do estúdio Pixar, diretor de "Ratatouille" e "Os Incríveis" - que lhes valeram dois Oscar de animação -, Bird mostra, em seu primeiro trabalho com atores, uma energia que não sugere um mero requentamento da franquia. Outra novidade no elenco, além da bela Paula Patton (de "Preciosa"), é Jeremy Renner. O ator indicado ao Oscar em 2010 por "Guerra do Terror" atua aqui como um analista que é empurrado para a ação direta devido à emergência. Mas também guarda um segredinho para animar a segunda metade da história. O que não muda mesmo é a conhecida vaidade de Tom Cruise. Não só ele procura oportunidades para continuar exibindo sua forma física, invejável aos 49 anos, como dispensa o enfrentamento com um vilão à altura. Na dúvida, ele prefere evitar a concorrência, pelo menos numa história em que ele detém o controle como produtor. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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