11 de abril de 2013 | 11h13
Escrito e dirigido pelo brasileiro Raphael Aguinaga, tem como cenário um asilo que reúne velhinhos fofos e doces com lições de vida a ensinar. São típicos representantes da classe média, a única classe social que parece existir para o cinema argentino. Praticamente sem contato com os filhos ou outros familiares, que os abandonaram, são cuidados por uma enfermeira.
Quando ela viaja, todos ficam sob a supervisão do filho dela (Pablo Lapadula) -- a quem apelidaram de "a bruxa". Ao mesmo tempo, o mundo está recebendo a espantosa notícia de que a Igreja Católica clonou Jesus Cristo, que é "apresentado" numa entrevista coletiva no Vaticano e ainda arruma uma namorada portadora do vírus HIV.
São todas histórias, no entanto, que acontecem como pano de fundo do filme, coisas que os personagens ouvem no rádio ou veem na televisão.
Juan (Arturo Goetz) é um cientista que deixou de acreditar em Deus depois de perder sua mulher. Alicia (Marilu Marini) acaba de chegar ao lugar e ainda está descobrindo quem são seus novos colegas, sentindo saudades do neto pequeno, a quem quer visitar. Eles encontrarão um no outro alento para suas dores, enquanto o mundo ao redor, e fora do asilo, está em estado de caos.
Aguinaga filma com delicadeza e dá tempo a cada um dos dois personagens centrais, enquanto os coadjuvantes parecem figuras um tanto planas, especialmente o filho da enfermeira. Ainda assim, há algo interessante na história dessas pessoas.
(Por Alysson Oliveira)
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