11 de outubro de 2012 | 12h03
É bem aos poucos que o filme revela o passado de cada um e, mesmo assim, apenas o essencial. Os protagonistas são vistos no presente: pessoas tentando tocar a vida, apesar das dificuldades.
Jeanne (Jane Fonda) é uma norte-americana vivendo na França desde a adolescência, que foi professora de filosofia e cuida do marido Albert (Pierre Richard), cuja mente está se deteriorando. Ela também tem um problema de saúde, embora repita sempre que está tudo bem.
Annie (Geraldine Chaplin) e Jean (Guy Bedos) mantêm igualmente um casamento estável, e continuam bem apaixonados um pelo outro. O que levará os dois casais a morarem juntos será o amigo Claude (Claude Rich), ex-fotógrafo que, por ter dificuldades para cuidar de si mesmo, foi internado numa clínica pelo filho, Bernard (Bernard Malaka).
Por mais que sejam todos amigos e pertençam a uma geração que, décadas atrás, vivia em comunidades hippies, dividir um mesmo teto não se mostra nada fácil, pois é nesse momento que as diferenças afloram. Pior do que isso são os segredos do passado.
O elemento estranho dentro desse grupo é o jovem alemão Dirk (Daniel Brühl), que desenvolvia uma tese sobre anciãos aborígenes, e, por não poder viajar, aceita mudar o objeto de sua pesquisa para as pessoas da terceira idade na França contemporânea.
É pelo olhar curioso e surpreso do rapaz que se descobre os detalhes do grupo. Jeanne, que sugeriu o tema, tem conversas francas com o rapaz, e também explica que já planejou tudo para o seu funeral. Uma das melhores cenas mostra a personagem - ainda no começo do filme- escolhendo seu caixão personalizado.
Se "E se Vivêssemos Todos Juntos?" perde um pouco a energia ao longo da narrativa, não é culpa dos atores ou dos seus personagens.
A curiosidade do diretor -investigando uma população europeia com uma expectativa de vida cada vez maior- é o que impulsiona, mas nem sempre sustenta as situações.
Em todo caso, ver Jane Fonda fazendo dobradinha com Geraldine Chaplin (além dos atores coadjuvantes do time masculino) já vale o filme.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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