ESTRÉIA-Colin Firth atua em drama sobre memórias de escritor

Bestseller na Inglaterra em 1993, as memórias do escritor Blake Morrison são adaptadas no drama "Quando Você Viu seu Pai pela Última Vez?", de Anand Tucker ("Garota da Vitrine"), que entra em cartaz em São Paulo e Rio de Janeiro. O foco da história está na relação difícil entre um pai, Arthur (Jim Broadbent, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal") e um filho, Blake (Colin Firth, de "Mamma Mia!). Na verdade, o filho é quem tem um relacionamento complicado com o pai. Este parece não dar a menor importância aos conflitos do rapaz com o seu costumeiro desrespeito às regras de trânsito e peculiares hábitos de higiene e viagem. O pai, é médico, assim como sua mulher, Kim (Juliet Stevenson, de "Invasão de Domicílio"). Formam o típico casal de classe média, pais de dois filhos, Blake (quando adolescente, interpretado por Matthew Beard) e Gillian (Claire Skinner). Blake, o caçula, declarou guerra aos hábitos do pai. Não quer ser como ele, muito menos tornar-se médico, como ele tenta impor-lhe. Arthur é tudo o que Blake não é - bonachão, espaçoso, pé no chão. Por isso, torna-se um pesadelo para o filho, especialmente quando é arrastado nas excêntricas viagens do pai. Algumas delas, acampamentos ao ar livre debaixo de chuva, que terminam sendo um tormento a mais para Blake, um apaixonado por literatura. As relações com o pai são contaminadas também pela forte suspeita de que ele teria um caso extraconjugal com uma comadre, Beaty (Sarah Lancashire). Blake tem maior afinidade com a mãe, mas seu silêncio sobre esta história mal resolvida também é incompreensível para o rapazinho. Vivendo longe dos pais desde a universidade, Blake tornou-se um poeta e escritor premiado, detalhe que não bastou para garantir-lhe o respeito de Arthur. Ele ainda julga que o filho deveria ter uma profissão mais convencional, como a sua. Realizado como profissional, Blake é abalado com a notícia de que o pai está gravemente doente. De novo instalado em seu antigo lar, os fantasmas do passado recomeçam a visitar o escritor. A iminência da morte do pai dá uma outra perspectiva a tudo que sempre sentiu sobre ele? Talvez não, mas Blake não poderá mais continuar evitando este confronto final com o menino que, afinal, sobrevive acuado dentro de si. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb