ESTREIA-'Circular', com Sabatella, tem direção de jovens paranaenses

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Por Redação
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Cinco jovens diretores, cinco núcleos dramáticos numa tensa história que tem seu clímax dentro de um ônibus em Curitiba - esta é a síntese do drama "Circular", com um elenco liderado pelo uruguaio Cesar Troncoso ("O Banheiro do Papa") e a brasileira Letícia Sabatella. O filme estreia em São Paulo e Curitiba. Desde 2007, os cineastas paranaenses Adriano Esturrilho, Aly Muritiba, Bruno de Oliveira, Diego Florentino e Fábio Allen sonham realizar este filme, cujo argumento foi desenvolvido coletivamente e só foi realizado depois da aprovação num edital de baixo orçamento do Ministério da Cultura. Carlos (Cesar Troncoso) vive o drama mais pungente e que, afinal, deflagra a situação que coloca em risco todos os principais personagens. Seu filho foi sequestrado e ele está na capital paranaense para negociar sua libertação. Por trás de tudo, há uma trama criminosa e um perigoso acerto de contas. Cristina (Letícia Sabatella) é uma professora de arte e artista plástica envolvida num projeto ligado a remédios de tarja preta - que ela usa na confecção de uma obra de denúncia contra a indústria farmacêutica, mas também acaba consumindo alguns deles. O pastor Samuel (Marcel Szymanski) cuida sozinho da filha pequena, depois do abandono da mulher. Morando numa região periférica da cidade, ele convive diariamente com a marginalidade e o crime, que tenta combater com a fé, sem conseguir livrar-se da própria revolta. O cobrador Lourival (Santos Chagas) enfrenta um cotidiano triste, fugindo ao contato com a própria família e o filho paraplégico, entrando em lutas de boxe amador combinadas, em que ele ganha alguns trocados para perder todas elas. Quatro membros de uma banda punk (Bruno Ranzani, Luiz Bertazzo, Débora Vecchi e Gustavo Pinheiro) lidam com sentimentos contraditórios em relação a seguir em frente com a carreira musical depois que um de seus membros sofre um acidente e fica em coma. Neste que é um trabalho de estreia, nota-se alguma irregularidade para conciliar os elementos das várias histórias, o que provoca algumas quedas de ritmo ao longo da narrativa. Alguns segmentos têm uma duração um tanto esticada - caso da banda punk -, outros não justificam a pertinência de todos os seus detalhes para a sustentação do tema central. Em todo caso, o drama tem consistência e energia e caminha para um clímax envolvente - que se passa dentro do ônibus, onde embarcaram Lourival, Samuel, Cristina, a banda e Carlos tem o confronto direto com o sequestrador do filho, que reluta em entregar-lhe o menino. A fotografia é do experimentado Carlos Ebert (dos documentários "Do Luto à Luta" e "Vlado - 30 Anos Depois"). (Por Neusa Barbosa, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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