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ESTREIA-Boneca ajuda a superar melancolia em 'Garota Ideal'

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Por Redação
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"A Garota Ideal", que estreia em São Paulo nesta sexta-feira, é um filme independente e, como tal, segue a cartilha do gênero. O filme se passa num lugar não identificado dos Estados Unidos, mas foi rodado em Ontário, no Canadá. Os atores são relativamente conhecidos, mas quase ninguém realmente lembra os nomes deles, e a história é agridoce, com um subtexto com alguma mensagem político-social. No caso, tolerância e compreensão. Apesar de todos os clichês indies, "A Garota Ideal" ainda encontra algum frescor, mesmo tendo seu centro em um tema tão batido: um jovem tenta superar as perdas e dores do passado ao entrar na vida adulta. A novidade se deve ao catalisador dessa transformação: uma boneca de silicone, da altura de uma mulher, que o rapaz leva para todos os lados fingindo ser sua namorada de carne e osso. Esse é Lars, vivido com compaixão por Ryan Gosling ("A Passagem"). Ele é um sujeito tão legal que, quando surge com sua nova amada, ninguém tem coragem de lhe dizer a verdade, ou sugerir algum remédio faixa-preta. Todos os conhecidos da cidadezinha onde ele e a família moram embarcam na farsa para preservar o coração do pobre Lars. Lars vive na garagem da casa do irmão Gus (Paul Schneider, de "Tudo em Família") e Karin (Emily Mortimer, de "A Pantera Cor-de-Rosa 2"). Porém, quando ela fica grávida, o maior fantasma da vida do rapaz volta: o medo do abandono. Nessa mesma época surge Bianca, a "namorada" de Lars, uma missionária descendente de brasileiros e dinamarqueses, que desfruta de ano sabático para conhecer o mundo. Gus e Karin decidem levar Lars e Bianca à psicóloga da família, Dagmar (Patricia Clarkson, de "Fatal"). Ela acredita que o rapaz está tentando lidar com suas dores e, por isso, sugere à família manter a farsa. Mas ela quer que o protagonista leve a nova namorada ao seu consultório toda semana - assim ela pretende tratá-lo. Dirigido por Craig Gillespie ("Em Pé de Guerra"), a partir de um roteiro de Nancy Oliver (uma das roteiristas da série "A Sete Palmos"), "A Garota Ideal" consegue ser um filme com os pés no chão, sem se deixar abater ou levar pelas piadas ou baixaria que o tema poderia incitar. O problema é que, no fundo, tudo converge para uma única situação: a boneca de silicone, que rouba a cena, quando deveria ser Lars, sobre como ele parece ser um tolo, mas é um verdadeiro mártir. As pessoas podem rir dele - talvez às escondidas - mas Lars é a forma de redenção que elas irão encontrar. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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