ESTREIA-'Atividade Paranormal' chega ao 4o filme sem inovar nos sustos

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Por Redação
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Quando estreou como história verídica em 2007, "Atividade Paranormal" se tornou um sucesso pelas escolhas do então estreante cineasta Oren Peli. Conquistou um público ao lançar, com sucesso, um viral na web, e fez um filme coerente de terror. A ideia era muito simples, o casal Katie (Katie Featherston) e Micah (Micah Saloat) acreditava na existência de um fantasma na casa e por isso gravava seu cotidiano com uma câmera, levando o filme a uma linha pretensamente documental como "A Bruxa de Blair". Ficou comprovado, para espanto do espectador, que eles não apenas eram assombrados, como a própria moça era possuída por um demônio. Passados cinco anos e quatro filmes da esteira (um deles, japonês), Oren Peli, hoje só produtor, lança mais uma sequência da franquia. A questão que restava era justamente o que havia acontecido com Katie, a possuída do primeiro filme e que leva o bebê Hunter (seu sobrinho) embora no segundo. Como o terceiro se tratava de sua infância e o "Atividade Paranormal - Tóquio" apenas dizia que a moça havia sido vista, o mistério continuava. Nesta nova produção, as dúvidas começam a ser desvendadas. Para azar da adolescente Alex (Kathryn Newton), Katie e Hunter (agora, Robbie) passam a ser seus vizinhos. Nada é dito sobre como chegaram ali, mas como vizinhos incômodos sempre trazem problemas, Alex entenderá por mal e com câmera na mão que não está sozinha, nem quando dorme. A narrativa então se volta ao relacionamento entre Robbie (que vê fantasmas até dormindo) e o irmão de Alex, que não entende o perigo que traz à família. A adolescente apaixonada por Alex (Matt Shively), seu homônimo, pede ao namorado que grave tudo o que está acontecendo. O que ocorre, então, é previsível: muitos sustos, pessoas que não deveriam estar acordadas e amigos "imaginários" que praticamente destroem a casa, aterrorizando os seus ocupantes. Tudo isso gravado pelos engenhosos diretores Henry Joost e Ariel Schulman, que trabalham para a franquia. Christopher Landon e Chad Feehan, os roteiristas da história desde o terceiro filme, não conseguem inovar a série. E por que? Porque os sustos são os mesmos e eles fracassam ao insistir na fórmula. Se o terceiro filme apresentava clara tensão, este último não mostra o mesmo vigor. "Atividade Paranormal 4" enfatiza o terror já visto, mas não perturba a quem assiste à noite, na hora de dormir. Sofre com o mesmo problema já observado em continuações de franquias originais, que cativaram por sua esperteza inicial, tal como "Rec" e "Jogos Mortais". Todas elas explicam demais e fogem da substância que, no fim, é a tensão de que algo está ao seu lado, quando ninguém vê. (Por Rodrigo Zavala, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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