ESTRÉIA-Árabes e israelenses convivem em paz em 'A Banda'

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Por Redação
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Histórias de conflitos entre árabes e israelenses costumam povoar os noticiários. Nenhum deles acontece na comédia dramática "A Banda", que acompanha as situações inusitadas que acontecem quando um grupo musical egípcio desembarca na cidade errada, em Israel. O filme entra em circuito nacional na sexta-feira. Co-produção entre Israel, França e Estados Unidos, o filme de Eran Kolirin venceu oito prêmios da Academia Israelense em 2007, inclusive melhor filme, roteiro, direção e para os atores Sasson Gabai e Ronit Elkabetz, seus protagonistas. No Festival de Cannes do ano passado, "A Banda" também venceu o prêmio especial Coup de Coeur, dentro da seleção Um Certo Olhar (Un Certain Regard). Os oito membros da Banda Cerimonial da Polícia de Alexandria desembarcam no aeroporto de Telaviv com a intenção de dirigir-se a uma cidade do interior de Israel, onde vai ser inaugurado um Centro de Cultura Árabe no dia seguinte. Com dificuldades para fazer-se entender, por causa do sotaque, os músicos pegam o ônibus para o lugar errado. A cidade a que chegam é no meio do deserto e parece não ter nada mais do que alguns conjuntos habitacionais e um restaurante. É lá que o líder da banda, o tenente-coronel Tewfiq Zacharya (Sasson Gabai), descobre o erro. E também que o ônibus para a cidade certa só passa no dia seguinte e que ali não existe nenhum hotel. Por sorte, a despachada dona do restaurante, Dina (Ronit Elkabetz, de "Alila"), fica com pena dos músicos e dispõe-se a ajudar. Abriga dois deles em seu próprio apartamento e arranja acomodações para os outros na casa de amigos e conhecidos seus. Embora a situação não seja de todo cômica, o filme é conduzido com uma fina ironia, bem como compreensão em relação aos motivos de cada personagem. Nenhum deles, árabe ou israelense, está em situação muito confortável. A cidade onde chegaram os egípcios é um retrato de desemprego e falta de perspectivas. O centro do filme será especialmente o relacionamento entre Dina e o oficial Tewfiq. Mulher liberada e de iniciativa, ela vence as resistências do coronel, que abre seu coração. Os demais músicos também vivem, cada um a seu modo, pequenas aventuras, que envolvem algumas dificuldades linguísticas -- o inglês acaba sendo a forma de comunicação mais viável. O que a história enfatiza, afinal, é o quanto estes dois povos, algumas vezes inimigos, são parecidos. O incidente da visita dos músicos egípcios baseia-se numa história real. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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