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ESTREIA-Animação 'Piratas Pirados!' aposta no cinema-nostalgia

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Por Redação
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Vida de pirata não é fácil. Além de roubar tesouros e fugir da marinha imperial, é preciso se destacar para ganhar o prêmio Pirata do Ano. Em "Piratas do Caribe", Johnny Depp faz parecer mais fácil ser um bucaneiro, mas Capitão Pirata mostra que não é bem assim em "Piratas Pirados!", animação que estreia em versões 3D e convencional, ambas com opção dublada ou legendada. Capitão Pirata (voz de Hugh Grant, no original, e Hércules Franco, na versão nacional) nunca ganhou o prêmio, e este é o seu grande sonho -- mais do que qualquer tesouro. Sua equipe até que se esforça, mas a concorrência anda forte, especialmente com Black Bellamy (Jeremy Piven, Guilherme Briggs), quase um pop star da categoria. Quando o protagonista conhecer Charles Darwin (David Tennant, Philippe Maia), tudo pode mudar. Afinal, o que ele pensava ser seu papagaio de estimação é um raro Dodô, o que pode trazer-lhe glórias, ouro, o prêmio e até a amizade da rotunda Rainha Vitória (Imelda Staunton, Sheila Dorfman). A rainha, porém, tem um lado sombrio, parecendo importada do País das Maravilhas de Lewis Carroll, com sua fixação em mandar cortar cabeças alheias. Produzido pelo estúdio inglês Aardman Animations (o mesmo de "Wallace & Gromit", "Fuga das Galinhas"), o filme tem o roteiro assinado por Gideon Defoe, baseado em vários momentos de sua série de livros infantis sobre piratas. Trata-se do primeiro longa da empresa feito em digital, mas ainda mantendo a técnica de stop-motion, o que permite criar figuras repletas de detalhes, como as barbas do Pirata Capitão, onduladas como as ondas do mar, ou as penas do corpo do Dodô. Sem se preocupar em colocar uma piada referência por cena, a trama de "Piratas Pirados!" é engraçada o suficiente para segurar o filme do começo ao fim. Alguns personagens, como o próprio Darwin, são um achado -- mas talvez o melhor de todos seja seu chimpanzé, Mr. Bobo, mais esperto do que muitos humanos. Escudeiro do cientista, ele dá vida à lenda de que o cientista tinha macaquinhos como empregados. Há personagens suficientes para uma nova trama -- como toda a tripulação do Capitão Pirata, que inclui uma estranha figura de longas barbas e voz fina. A série de livros do inglês Defoe inclui seis títulos e em cada um os piratas se envolvem em aventuras com grupos diferentes, como românticos e até comunistas. Com sua técnica artesanal de fazer filmes, a Aardman cria um universo específico que remete mais ao passado nostálgico do que ao presente hiperativo. As figuras dos piratas, por sua vez, podem ser vistas como caubóis dos mares, uma visão mais atrapalhada dos verdadeiros - e, por isso mesmo, mais divertida. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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