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ESTREIA-'Agamenon' leva ao cinema aventuras de repórter fictício

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Por Redação
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Que fique bem claro: "As Aventuras de Agamenon, o Repórter" não é uma produção derivada do programa "Casseta & Planeta", embora conte com dois membros da trupe como roteiristas e no elenco. Apesar de também parecer um quadro espichado da extinta produção televisiva, não se trata de outro derivado do humorístico, depois dos filmes "Seus Problemas Acabaram" (2006) e "A Taça do Mundo É Nossa" (2003). Os dois "pais" do filme, Hubert e Marcelo Madureira, gostam de ressaltar que se trata de uma produção novinha em folha. Bem, nem tanto. O personagem-título ganha vida e movimento depois de assinar uma coluna no jornal "O Globo" por mais de 20 anos. O texto da coluna era escrito pelos roteiristas Madureira e Hubert, que aqui assume o papel do personagem na maturidade. Na juventude, Agamenon é interpretado pelo comediante Marcelo Adnet ("Muita Calma Nessa Hora"). As diversas aventuras e desventuras do protagonista, um repórter à moda antiga do jornal carioca, são praticamente esquetes de humor independentes que não dão muita unidade dramática ao filme. Quem vai ao cinema procurando risadas fáceis, vindas de um humor rasteiro, que não requer muito esforço, vai encontrar aos montes. Talvez até demais. Tanto que, aos poucos, isto exerce um efeito de saciedade, tirando bastante a graça da história. As caras e bocas de Adnet, a voz estridente de Luana Piovani (que faz a mulher de Agamenon) e as piadas que transitam entre o ingênuo e o grotesco funcionariam melhor em dez minutos por semana num humorístico de televisão. O filme é curto - pouco mais de 70 minutos - mas parece uma dose cavalar de um humor que chega a ser agressivo mais de uma vez. O diretor Victor Lopes talvez tivesse em mente algo na linha de um "Forrest Gump" brazuca quando planejou o filme. Agamenon é inserido em imagens de arquivo em momentos importantes da história - entrevistando Ghandi, Freud, Einstein e cobrindo a 2a Guerra Mundial - que, aliás, gera um das sequências mais duvidosas do filme, quando Adnet canta algo chamado "Funk dos Aliados". O filme começa com a estrutura de um pseudodocumentário, com depoimentos de celebridades que comentam seu relacionamento com Agamenon - como Susana Vieira, Paulo Coelho e Fernando Henrique Cardoso. Já o apresentador Pedro Bial capitaliza mais uma vez em cima da figura de apresentador do BBB, até chegar ao clímax do filme, que não faz o menor sentido. Mas quem procura sentido em "As Aventuras de Agamenon, o Repórter"? Aliás, é melhor não se esforçar e torcer para que os Cassetas encontrem um pouco mais de inspiração quando resolverem fazer um filme sobre o Seu Creysson. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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