Ennio Morricone deixou pronto seu próprio obituário para 'não dar trabalho'

No texto, o compositor e maestro que morreu aos 91 anos reafirma seu amor pela mulher, Maria: 'A ela, o mais doloroso adeus'

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Por Redação
Atualização:
O compositor italiano Ennio Morricone, em foto de 2009 Foto: Filippo Monteforte / AFP

Morto aos 91 anos idade, em decorrência de uma queda, o maestro e compositor italiano Ennio Morricone deixou um obituário escrito de próprio punho e no qual explica a razão de ter determinado que seu funeral seja privado.

"Não quero dar trabalho", escreveu o músico vencedor de dois prêmios no Oscar, um pelo conjunto de sua obra, em 2007, e outro pela trilha sonora original de Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino, em 2016.

A mensagem foi divulgada pelo amigo e advogado de Morricone, Giorgio Assumma, e será publicada nos principais jornais italianos nesta terça-feira, 7.

O compositor italiano Ennio Morricone e sua mulher, Maria, em foto de 1992 Foto: Ansa

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Confira abaixo o obituário deixado pelo maestro

Ennio Morricone está morto. Anuncio assim a todos os amigos que estiveram próximos e àqueles um pouco distantes, a quem saúdo com grande afeto. É impossível nomear todos, mas uma recordação particular vai para Peppuccio e Roberta, amigos fraternos muito presentes nos últimos anos de nossa vida.

Há apenas uma razão que me faz cumprimentar todos dessa maneira e ter um funeral de forma privada: não quero dar trabalho. Saúdo com tanto afeto Ines, Laura, Sara, Enzo, Norbert, por terem compartilhado comigo e minha família grande parte da minha vida. Quero recordar com amor minhas irmãs Adriana, Maria, Franca e seus parentes e dizer o quanto as quis bem.

Uma saudação plena, intensa e profunda a meus filhos Marco, Alessandra, Andrea, Giovanni, a minha nora Monica e a meus netos Francesca, Valentina, Francesco e Luca. Espero que saibam o quanto os amei.

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Por último, Maria (mas não a última). A ela, renovo o amor extraordinário que nos manteve juntos e o qual lamento abandonar. A ela, o mais doloroso adeus. 

O advogado Giorgio Assumma lê o obituário deixado por Ennio Morricone Foto: Massimo Percossi/ EFE/ EPA
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