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Encontro reúne realizadores de cinema cultural

Por Agencia Estado
Atualização:

Porto Alegre tem sido um foro privilegiado para a discussão dos problemas do cinema brasileiro e latino-americano. A capital gaúcha foi a sede, no começo do mês, do 3.º Congresso Brasileiro de Cinema e, no fim de semana passado, do seminário Locos por Ti América, que discutiu o cinema latino em tempos de Mercosul. O primeiro reuniu representantes de todos os segmentos que operam no setor cinematográfico no País. Foi deliberativo. Tirou um documento que vai nortear a relação da classe com o Estado no encaminhamento das questões cinematográficas. São Paulo também entra agora no circuito. Neste sábado, a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas (ABD-SP), por meio de sua seção paulista, promove um encontro dos realizadores do cinema cultural de São Paulo. São apenas 50, no máximo 60 lugares. Portanto, quem quiser participar precisa ficar esperto e chegar cedo. O 1.º Encontro dos Realizadores do Cinema Cultural Paulista vai ocorrer das 14 às 20 horas, no auditório do Cinesesc, na Rua Augusta 1.117. Não são necessárias inscrições, o evento é aberto. Realizadores, estudantes de comunicação, interessados - são todos bem-vindos, dentro da disponibilidade de lugares que o local de encontro permite. Quem esteve no 3.º Congresso, em Porto Alegre, com certeza reconheceu no presidente da ABD paulista, Manoel Rangel, uma das lideranças mais promissoras do cinema brasileiro atual. Ele forma uma tabelinha forte com o presidente da ABD nacional, Leopoldo Nunes, que também deve participar do encontro. É bom orador, bem-articulado e defende com convicção posições com as quais você pode até não estar de acordo, mas termina respeitando e até respaldando. Manoel Rangel deve abrir os trabalhos, distribuídos em duas etapas. Das 14 às 16 horas, haverá uma mesa formada pela produtora Assunção Hernandez, pelo diretor e produtor Alain Fresnot e pela também produtora Zita Carvalhosa. Das 16h30 às 20 horas, a palavra estará com o plenário. Do encontro deve sair um documento que será encaminhado aos candidatos à Prefeitura de São Paulo e ao governador Mário Covas com as reivindicações da classe, que cobra uma política de cinema para a cidade e para o Estado. No cartão de convocação para o encontro, há um pequeno texto com o sugestivo título "São Paulo: a Cidade e o Cinema". Começa afirmando que São Paulo é a maior cidade da América Latina, um grande centro financeiro, de serviços e de cultura e, mesmo assim, não possui uma política definida de cinema. Em outros tempos, a Prefeitura paulistana foi pioneira na busca de alternativas para tornar viável o cinema brasileiro. Em anos recentes, alguns projetos se esboçaram. Entretanto, não se constituiu nenhum projeto de cinema para a cidade. É esse projeto que a ABD-SP quer definir no encontro de sábado. Assunção, da produtora Raiz, já integrou os quadros da ABD. Além dos longas de João Batista de Andrade, produziu curtas de outros diretores. Assunção foi secretária do recente congresso brasileiro de cinema. Ela destaca a importância do encontro de sábado: "Vamos discutir tudo o que tem sido feito no cinema de São Paulo; há uma descontinuidade em relação às propostas governamentais para o setor; precisamos entender esse fenômeno, avaliá-lo e a partir daí tirar um documento com as nossas reivindicações."

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