Encontro com o Cinema traz João Batista de Andrade

Diretor do polêmico O Homem Que Virou Suco participa de debate no Sesc Pompéia, nesta quarta-feira, após a exibição de O Tronco

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Por Agencia Estado
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O Sesc Pompéia dá prosseguimento ao Encontro com o Cinema, trazendo o diretor João Batista de Andrade para um debate logo após a exibição de seu filme O Tronco. O filme, baseado no belíssimo livro homônimo do goiano Bernardo Élis, foi lançado no ano passado, com boa recepção da crítica e é uma espécie de épico regional. Trata das relações de poder entre coronéis e políticos no interior. A ação se passa em Goiás, mas poderia ser em qualquer Estado brasileiro. Na história, um coronel (Rolando Boldrin) e seus filhos matam um pequeno fazendeiro para ficar com suas terras. Os problemas começam quando surge um coletor de impostos, feito por Ângelo Antônio. Ele acaba por pedir ajuda ao governo que manda ao lugar um maquiavélico juiz (feito por Antônio Fagundes). Para decidir a questão, é necessário montar um pequeno exército, que vai enfrentar os jagunços dos coronéis. O diretor gosta muito de debates. "Desde meus tempos de estudante da Escola Politécnica da USP, eu organizava cineclubes para exibição de filmes e debates", lembra. Depois que se tornou cineasta, viu seus filmes, como o polêmico O Homem Que Virou Suco, fazerem mais sucesso nos circuitos alternativos, que sempre o convidavam para debates. "Esse contato direto com o público é fundamental para qualquer cineasta." A maior alegria de João Batista de Andrade está justamente na exibição alternativa de O Tronco. No ano passado, ele obteve uma verba de patrocínio do governo goiano para exibir o filme em praças públicas de 20 pequenas cidades do interior do Estado. "Obtivemos uma média de público de 5 mil pessoas por cidade, totalizando 100 mil espectadores." Desde então, as exibições públicas fazem parte de todos os seus projetos. "Para um diretor, é fantástico atingir um público de cidades que não possuem nem sequer uma sala de cinema e acho que os governantes deveriam investir mais nisso." O diretor chegou a ficar quase dez anos sem filmar, antes de retornar com O Cego Que Gritava Luz. Hoje vem se revelando bastante prolífico. Está em fase de captação de recursos para Veias e Vinhos e acaba de ter o projeto de Rua 6 aprovado dentro do programa de filmes de baixo orçamento do Ministério da Cultura. "Será um filme de R$ 800 mil, que pretendo rodar em digital e depois passar para película." Como de hábito, a projeção estará a cargo de José Luis de Almeida, o mais conceituado do Brasil e autor dos projetos das salas UOL e do Cinesesc. Encontro com o Cinema - Quarta-feira, às 18h30, exibição do filme O Tronco, de João Batista de Andrade; e, às 20h30, debate com o cineasta. Grátis. Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700.

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